MEDALHA DE OURO
VENTO PASSEANTE EM MELODIAS NO PARQUE
(AGLAÉ TORRES - SÃO PAULO - SP)
No Parque Ibirapuera uma rua
margeada de touceiras de bambu
passarela de carros e gentes.
Graciosos, os bambus balançavam ao vento.
Uma touceirase encantou pela touceira da frente.
Não suportando mais o peso da paixão,
ajudado pelo vento forte - vendaval da atração -
um bambu despencou e vergou por entre os bambus
embrenhando-se ao alto no meio deles,
alcançando a sua razão de ser amante.
Imitando o bambu-amante a três metros de altura,
bambus de um lado e de outro,
procuravam-se em beijos apaixonados,
auxiliados pelo vento do amor.
No Parque o Vento rege
a melodia das árvores
e no bambual a percussão (tan-tan).
O Sol se encarrega do videoclipe
desenhando no gramado e no cimento
em sombras de claro escuro o compasso da melodia.
De quando em vez um avião
cortando o ar com ronco de vida.
Pássaros voam gritando!
Passantes recebem suave a brisa em arrepios de adeus.
No bosque o silêncio atenuado
pelo pisar de folhas secas.
Em sombra e sol a dança das árvores
nas poças d’água refletindo vida verde.
O Vento passeante suave alisando-me,
escorregando em rosto e braços...
O Lago arrepia-se nos requebrosdo Vento
CAI A NOITE...
(LÚCIA PÉRISSÉ - RIO DE JANEIRO-RJ)
Cai a noite no Recreio!
Como é lindo o entardecer!
O céu, de azul se fez rosa,
escurece devagar...
até o instante chegar
em que desperta o anoitecer.
As luzes agora se acendem ;
a rua toda ilumina...
Na praia, o mar se acalenta
nas brumas da noite que desce...
O rosa, já a noite esqueceu,
nuvens brancas cobrem o sol
que devagar, no horizonte descamba...
Já vem a noite chegando
morna, lenta, sonolenta...
O céu agora adormece.
Fica só a cortina da noite,
com seus tons e negros matizes
esperando as horas correrem,
para, de certo amanhã,
novamente, o sol despertar...
MEDALHA DE PRATA
O SORRISO DA NATUREZA
(ALFREDO NOGUEIRA FERREIRA – FLORIANÓPOLIS – SC)
Olha o azul do infinito
E o azul-turquesa dos mares!
Olha o verde da campina
E o colorido bonito
Dos jardins e dos pomares!
Olha a fonte borbulhante
D'água pura e cristalina
A correr de monte a monte!
Olha o encanto da floresta
Com seus brados e rumores!
Olha as aves multicores
Nos seus voos e gorjeios
Numa alegria de festa!
Olha a lua, a branca lua
A tingir de prata os seios
Da moça a banhar-se nua!
Olha a beleza e a fragrância
Do lírio da cor da neve
Tremulando à brisa leve
E a recender à distância!
Olha o frescor e a pureza
Dos campos e pinheirais
E neles a singular reza
Que é o pipilar dos pardais!
E o sol rubro no poente
Caindo no azul do mar
Muito, muito lentamente.
Visão de encanto e magia
Não é noite, não é dia
É cena que faz sonhar!
Tela imensa de riqueza
Divina tela florida
Em que a alegre natureza
Tem mais graça, tem mais vida.
Árvore da vida
(Danielli Rodrigues – Londrina – PR)
Um toque de frescura
Reflete a gota de orvalho
Do meu querido carvalho
Unindo beleza e ternura.
No aconchego de tuas folhas
Junto ao doce perfume das flores
Que prima lindas cores
Os ventos dançando maravilhas.
Dentro de si
Uma luz que não se alcança
Uma sombra que traz a lembrança
Dos frutos que já vivi.
Da minha estimada infância
A árvore da vida
Minha amiga querida
Guarda os segredos da esperança.
MEDALHA DE BRONZE
SEI DE UMA ILHA…
(RUI TOJEIRA - MARINHA GRANDE – PORTUGAL)
Eu sei,
que não me isolei
na ilha dos meus sonhos.
Tropecei,
na ternura de um bailado
entrelaçado de silêncios
e ornado de jardins suspensos.
Fiquei,
emocionado ao mergulhar
na seiva dos versos florais,
que embalam as ondas do mar
cantando a primavera dos corais.
Escalei,
ao íngreme da montanha
na ânsia de um novo olhar,
de esvoaçar no rasto do vento
e me deixar levar, pela claridade adentro.
E voei
no grito alvoraçado
de um bando de aves marinhas,
por um céu de fogo pincelado
e matizado de esperanças minhas.
Inventei,
cascatas escorrendo
pelas rochas escarpadas,
nas águas onde me vou lendo
pela pureza que me lava a alma,
na aprazível frescura das palavras…
Eu sei,
que sobre isso nada direi
até que algum poente me doa,
numa tábua do tempo, carcomida.
Sou ainda muito novo para estar só
e eu gosto do lado mais romântico da vida…
Pensei,
ir mais para sul,
em latitudes de azul…
e por momentos,
encontro meus pensamentos
espalhados por um extenso areal,
a céu aberto estendidos
por entre todos os sentidos
e banhados por um mar emocional…
e essa ilha
essa força selvagem,
que tenho em mim e em mim fervilha,
é o meu refúgio, o meu porto de ancoragem.
MEDALHA DE OURO
O TEXTO NÃO CONSTA, A PEDIDO DA PRÓPRIA AUTORA, PARA QUE POSSA LIVREMENTE PARTICIPAR DE CONCURSOS LITERÁRIOS LIVREMENTE.
MEDALHA DE PRATA
ATITUDE REVOLUCIONÁRIA
(DARCY PINHEIRO – CRUZ ALTA – RS)
Em época não muito distante, havia um proprietário de vasta área de terra, sendo vinte por cento de campo e restante de mato, nativo formando uma floresta na qual habitavam animais de diversas espécies.
O campo era utilizado parte em agricultura e parte
A mata abrigava rico ecossistema: fauna e flora nativas habitada por animais de várias espécies, flores naturais, silvestres, abelhas em ocos de árvores, pássaros, em grande quantidade completavam a beleza do local. Com uso de agrotóxicos, nas pulverizações, as abelhas e pássaros começaram a morrer.
Sabe-se que na hierarquia das abelhas, as obreiras (soldados), são responsáveis pela segurança, alimentação e higiene de todo o enxame, inclusive pela alimentação da rainha.
Uma obreira vendo as companheiras morrerem envenenadas ao coletarem o néctar das flores, resultado do veneno utilizado na pulverização, pressentiu que os enxames corriam risco de extinção. Sendo uma das responsáveis pela segurança do enxame, contatou com as companheiras de trabalho, sugerindo reunião com outras colméias, a fim de estudarem providências a serem tomadas, para terminarem com o ato responsável pelo extermínio de abelhas.
Enxames organizados surgiram várias propostas para ação. Grupos queriam iniciar o protesto, picando o tratorista, quando este estivesse pulverizando. A revolucionária alertou-os, que seria suicídio coletivo, porque aquelas que fossem picar acabariam mortas.
Apresentou então, seu plano de ação: Primeiro – começariam voando, em pequenos grupos, sobre a cabeça do tratorista, para assustá-lo; Segundo: não obtendo êxito, o enxame continuaria voando e uma abelha, apresentar-se-ia como voluntária, mesmo sabendo que morreria ao executar a picada no tratorista; Terceiro – caso não lograssem êxito, dois ou mais enxames, pousariam no corpo do tratorista, iniciando pela cabeça até o cobrirem totalmente; Quarto: se assim mesmo, não obtivessem vitória, mais obreiras iriam para o suicídio, com a finalidade de salvarem as irmãs e companheiras, Assim o ato de picar seria em grupos.
Decidiram em assembléia que o protesto continuaria até suspenderem a aplicação de veneno. Caso houvesse necessidade, convocariam outros animais e aves da floresta para participarem do ato. Designou-se também um pequeno grupo para repassar a idéia aos animais, para em conjunto e demonstrando força, impedirem que mais habitantes da floresta continuassem morrendo pelo veneno utilizado nas pulverizações.
Dias depois, mal clareado o dia, tratoristas e seus companheiros chegaram na lavoura, com pulverizadores puxados por tratores. Ao iniciarem o trabalho, um enxame revoou suas cabeças. Todos, apavorados correram para se abrigarem. Passado certo tempo, voltaram para reiniciarem o trabalho. Então os enxames, em prontidão, retomaram suas atividades e como combinado as voluntárias os picaram, enquanto que o restante do enxame continuou revoando e aumentando os zumbidos, fazendo-os novamente saírem apavorados.
No dia seguinte, os enxames, avisados pela abelha de plantão, souberam de que os colocadores de veneno, voltaram à pulverizar. A abelha líder autorizou o início do terceiro plano. Ao ligarem os tratores, todas as abelhas voaram em grupo, em cima dos operários. Os enxames pousaram na cabeça dos tratoristas, e em seguida cobriram todo o corpo. Todos desesperados retornaram à granja, deixando o maquinário na lavoura.
Mais um dia se passou. Armados de foices, facão e motosserra, se dirigiram para a floresta. Sempre vigiados, iniciaram a derrubada de árvores. As abelhas em permanente sobreaviso, partiram para o ataque. Agora um número maior de operárias se apresentou como voluntárias, ao sacrifício. As picadas foram tantas que desnorteados os destruidores mais uma vez, abandonaram as ferramentas indo para a sede da granja.
A abelha, revolucionária, solicitou ajuda aos tatus: que durante a noite cavaram buracos ao redor do trator, fazendo o mesmo afundar e impossibilitando-o de operar por alguns dias.
Os trabalhadores não se davam por vencidos, voltaram para destruírem a mata. Antes de iniciarem a derrubada de árvores, enquanto discutiam, como proceder, começou o ataque das pequenas formigas, ardedeiras, que os esperavam, alojadas nas proximidades das ferramentas. Mais uma vez vencidos tendo em vista que as pequenas formigas entraram, dentro das roupas, picando-os por todo corpo, desistiram de executar o trabalho, ficando ausente, por algum tempo. O proprietário entendeu que não venceria por terra os animais da floresta. Resolveu que a única maneira de salvar sua lavoura seria com pulverização aérea e assim foi decidido. As abelhas ao avistarem um avião aterrissar perto da lavoura contataram os outros animais,
Quando o piloto e seus auxiliares chegaram, se surpreenderam com o estado da aeronave: incapacitada para o serviço.
Desesperado o granjeiro desistiu e procurou um especialista, para obter informações sobre outros meios para combater as lagartas que dizimavam a lavoura. .
No período interrompido, cada animal comprometeu-se a mostrar sua capacidade de ação. Todos os pássaros da floresta passaram a se alimentarem de lagartas, demonstrando assim serem capazes de acabar com elas. As demais aves também comiam os insetos que prejudicavam a plantação.
Quando o agricultor verificou a grande quantidade de pássaros revoando e pousando em sua lavoura desesperou-se. Sem saber o que fazer, reuniu os empregados e batendo em latas, percorreram a lavoura na tentativa de espantá-los. Vendo que o método era ineficiente, desistiu e ficou na espera do prejuízo.
Sem obter resultado com este método o agricultor decidiu conceder aviso prévio aos empregados com a justificativa de que não mais plantaria.
Esperando completar o aviso, um empregado, por curiosidade, foi examinar a plantação, verificou que não existiam lagartas. O número de vagens nos pés de soja era surpreendente. O milho também estava com ótimas espigas, sem nenhuma praga. Imediatamente contou ao proprietário, que não acreditando, verificou pessoalmente. Constatada a veracidade, comentou com seus vizinhos, os quais confirmaram o não ataque de lagartas, resultando em boa produção.
O fazendeiro suspendeu a dispensa dada aos empregados, que iniciaram a preparação das máquinas para a colher e fazer nova plantação.. Após a colheita, mais uma surpresa, a produção superou as expectativas, muito superior as de anos anteriores. Calculado o lucro obtido pelo aumento da produção, acrescido à economia dos agrotóxicos, verificou-se um aumento bastante significativo no lucro.
Suspenso o uso de agrotóxicos dois anos depois, a produção continuou aumentando. Desmontou o pulverizador utilizando algumas peças em outras máquinas e o vendeu como ferro velho. Designou os empregados para reflorestarem, parte da floresta que havia sido devastada.
Com produção crescendo e despesas diminuídas, foi possível aumentar o reflorestamento. Com a ausência de produtos químicos, os pássaros, abelhas e outros predadores dos inimigos das lavouras, aumentaram e se tornaram verdadeiros protetores das plantações.
Salienta-se: as abelhas, ao retirarem o néctar das flores, pousando e levantando vôo contribuem com a polinização das plantas.
A partir desse acontecimento, o granjeiro passou a utilizar somente produtos orgânicos. Aumentou o numero de empregados contratados para recolherem no campo, esterco do gado, depositando-os em local apropriado, onde eram misturados com os dejetos dos suínos. Esse passou a ser o único adubo utilizado.
Por outro lado, costumava-se banhar o rebanho para terminar com os carrapatos, pelo menos duas vezes por ano. Quando chegou a época do banho de carrapaticida, mais uma vez agradeceu à cadeia alimentar tão necessária, visto que a própria natureza se encarrega de que haja seu crescimento. O gado passou a não ter nenhuma infestação de carrapatos. O ganho econômico aumentava.
Junto aos empregados, olhou para o céu e agradeceu pela ajuda dos pássaros. Afirmou aos empregados que principalmente os bem-te-vis, as garças e outras aves, estavam livrando o gado dos carrapatos. Assim a economia aumentava.
Em menos de cinco anos a granja foi a primeira na região, a obter reconhecimento e certificado, como produtora de cereais cem por cento orgânicos, elevando seus produtos a obterem maior preço no mercado internacional.
Outro setor foi desenvolvido, além dos produtos agrícolas: a produção de mel em grande escala, superando em valores a renda obtida com a plantação de milho. Seus vizinhos também entraram nesta nova atividade, tornando a região conhecida como produtora e exportadora de mel orgânico. Assim, tudo que era produzido na região, recebia o rótulo: e/ ou selo de produtos orgânicos.
A nova técnica, foi expandida para outros produtores que tomando conhecimento da atitude positiva deste produtor, respeitando todo o tipo de animais, iniciaram reflorestamento e diminuíram aplicações de produtos nocivos.
Em palestras, para as quais era convidado, o amigo da natureza, sempre afirmava que respeitando a natureza, ela sempre retribui. Provava que toda árvore derrubada destrói o habitat dos amigos e dos parceiros agrícolas, como costumava dizer, ao se referir aos animais da floresta, estes eram os melhores amigos dos agricultores, principalmente uma certa colméia que comandada por valentes abelhas, revolucionaram a parceria entre todos os setores da agricultura regional e a natureza.
Querida Mãe
(Érika Lourenço Jurandy – Rio de Janeiro – RJ)
Aqui sentada na varanda, olhando para as nuvens que correm sem parar, lembro-me de quando te senti, pela primeira vez, em minha vida. Foi quando passei a enxergar, ainda com tenra idade. Sem entender o que era aquela imensidão azul acima da minha cabeça, vi algo tão lindo que, mais tarde, descobri ser o céu. Quantas vezes depois, deitada na grama verde e junto às belas flores que você me deu, contemplei aquele azul sem igual, com os matizes que só você sabe como pintar. Vi, nas nuvens brancas e fofinhas, as formas e histórias que você decidia me contar. E todas as vezes que estive desanimada, você tratou de me fazer ver o lindo cenário que, de graça, me oferecia, para acalmar meu coração.
Nas noites, me deu a lua e as estrelas, a luz delas e a ciranda dos astros, me mostrando que seu amor por mim era infinito, tão infinito quanto aquelas luzes brilhantes lá em cima. Fez-me, além de feliz por ter tanta beleza ao redor, uma quase poeta, trazendo inspirações nas noites frias ou com belo firmamento, com lua nova ou minguante, não importa. Sempre me deu uma noite para poder ver, me inspirar e descansar.
Mesmo sabendo da minha fobia por ambientes com grandes extensões de água, não deixou de preservar minha saúde e vida, me dando os rios, os lagos, as cachoeiras, os mares. Apesar de nunca me obrigar a ir até esses belos locais, ainda assim, deixa-os por mim, pois sabe das minhas necessidades físicas e tem plena consciência de que necessito de água para manter-me viva! Como boa e zelosa mãe, me respeita e cuida de mim, aceitando minhas limitações com suas belezas naturais e gratuitas.
Tendo em mente que eu necessitaria de irmãos, me deu muitos, de diferentes tipos e comportamentos, que possuem o nome de animais, embora prefira chama-los de irmãos menores – ou nem tanto! – que ainda não aprenderam a falar. Com eles aprendi o valor da vida, do amor verdadeiro, da amizade e devoção. Aprendi a respeitar os diferentes, a ter delicadeza, a ser mais humana. Com eles estou sempre perto de você.
Para deixar meus ambientes coloridos, frescos e sempre com bom ar, livre de perigos respiratórios, fez nascer as mais belas plantas, árvores e flores. Todas com seus coloridos, com seus orvalhos, com suas sínteses e fotossínteses. Complexas, belas e plenas. Raras, fáceis de encontrar. Tamanhos e folhagens variados, tanta criatividade que nem sei como consegue tanto para me ofertar. Além disso, providenciou que muitas pudessem me oferecer alimentos, os frutos deliciosos, que ajudam na minha saúde e alimentação saudável. Por que só uma mãe zelosa como você pensa em tudo, nos mínimos detalhes.
A terra que existe, com todas as suas propriedades e camadas, com todo o poder de fazer nascer e crescer, demonstra a sua vontade de me fazer ver que tenho solo que me proporciona alicerce para construir minha vida, nos mais variados sentidos.
Não tenho palavras para descrever o quanto és maravilhosa e o quanto sou grata por ter nascido no seu seio, sendo um de seus filhos. Gratidão é pouco para dar-te, diante de tudo o que faz por mim.
Infelizmente, nem todos os meus irmãos sabem o valor que possui e o quanto devem cuidar de ti. Destroem tudo o que oferece de bom grado e ainda reclamam quando, em determinados momentos, se insurge contra os danos que lhe propiciam. Aliás, você nunca revida o mal que te fazem; tudo de ruim que atribuem a você não passa de consequências dos malfeitos que realizam, acreditando que não haverá efeito colateral. Não pensam eles, os filhos ingratos, que são vítimas de suas próprias condutas maculosas, porque você é uma mãe sem igual e, como tal, ama seus filhos, mesmo os não merecedores.
Ah minha mãe Terra, minha querida Mãe Gaia. Aquela que cuida de mim até o fim, fazendo com que voltemos a seu seio quando acreditamos que chegamos ao nosso fim, a morte. É nela que nos unimos a ti novamente, mostrando que todos somos seus filhos, nem sempre tão gratos, mas seus.
MEDALHA DE BRONZE
O AMARELO
(FERNANDO BEVILÁCQUA – RIO DE JANEIRO - RJ)
O amarelo sempre me pareceu a cor mais imprevisível, mais instigante, mais atiçadora, capaz de reativar lembranças e correlacionar-se com aventura, ambição, aviso, paixão, constrangimento, proteção, doença, decrepitude, vida e morte. Está presente em toda história humana.
Os primórdios de nossa existência, quando espermatozóide invade e fecunda o óvulo, o fruto dessa fusão estará condicionado ao “corpo amarelo”, que secretando, a partir do ovário a progesterona, ancora a continuidade da gestação. Começa bem o amarelo!
Está presente no espectro solar, entre o verde e o alaranjado. Participa de nossas lembranças mais indeléveis, vez que paixões insubstituíveis (isto porque umas desvanecem) não raro são espionadas ou pelo pôr do sol ou pelo seu oposto – o nascer. Aqui, o colorido abrasador de tais momentos invade não apenas a retina, mas os secretos e indevassáveis nichos do desejo, dos prazeres do corpo e da alma. Neste mundo de mistura de cores, vem o arco íris a embelezar os céus, nos gelos e nas chuvas. E vão as bruxas, os místicos e os magos, em busca do local aonde termina o semicírculo, para espionar duendes que protegem seus ouros. Continua bem o amarelo, subsidiando amores e sonhos.
De um certo metal amarelo – o ouro – civilizações foram destruídas, outras edificadas; daquele fulvo metal corações foram conquistados, outros apenas comprados, dando lugar à luxúria, à intriga, à traição, ao ódio e à morte. O denominador comum de todo esse movimento pendular extremado, pode ser creditado à ambição, ao poder, companheiros inseparáveis desse Australopithecus privilegiado entre todos os seres vivos e que, ironicamente, foi denominado “Homo sapiens” (quanta sabedoria!). Iniciam-se as contradições do amarelo, tornando-o imprevisível.
Houve época em que os “humanos” numa inconfessável (?) visão discriminatória, vestida de pernóstica concepção científica antropológica, resumia os indivíduos em quatro raças: branca, negra, vermelha e amarela. E até hoje enciclopédias e dicionários ainda expõem, em seus verbetes, que amarelo é “designação dada aos orientais (especialmente aos japoneses)”. É tempo de arquivar tratamentos com base fundamental no pigmento cutâneo; o ser humano merece considerações além de colorizações.
Mas o amarelo não pára de ser convocado para novas designações. Aí vem a “Imprensa Amarela”, sensacionalista, impudica. Não nos esqueçamos dos “Sindicatos Amarelos”, organizações sindicais, de caráter reformista, que se opunham aos sindicatos operários revolucionários, movimento ocorrido no século XX.
Mais amarelo, dessa vez a participar do universo da Química, e, por que não dizer, da química da vida? Chamo o enxofre, mais conhecido por sua apresentação sob a forma de “pedras irregulares” e que são jogadas nos poços e caixas d’água para “purificar” as águas. Esse mesmo enxofre é componente invisível de vários aminoácidos que sustentam a vida e a manutenção das espécies. Mas não nos esqueçamos de sua ligação com Satanás e a podridão, quando entra em ação o ácido sulfídrico, espalhando o fedor da presença dos demônios. Mais um contraste do amarelo – o do bem e o do mal (eles existem, creiam).
Mas a vida continua na sua fulva coloração. Não há exemplos melhores do que a gema do ovo e a do milho. A primeira é excepcional exemplo da perpetuação de espécies – nenhum indivíduo do mundo animal ovíparo escapa do amarelo de uma gema, de uma ova. Amarelo também é a cor do milho, este cereal de forma cilíndrica, originário da América do Sul e que alimenta o mundo e enriquece seus produtores.
A arte não prescinde do amarelo. Qual o pintor que não conhece e não se utiliza do pigmento à base de sulfato de cádmio, fornecedor de vários matizes de amarelo? Um, em destaque, que abusou do amarelo - Vincent Van Gogh- consagrou-se no universo das artes plásticas; talento e amarelo mantêm-no vivo até nossos dias.
Cor presente no organismo dos mamíferos, pode revelar saúde mas também seus transtornos. Vejam a urina, líquido de eliminação indispensável à manutenção da higidez, veneno extraído do caldo nutritivo retido pelo organismo – a Natureza sabe quando se livrar do amarelo! Por outro lado,vem a icterícia, cor amarelada de pele e mucosas, sempre indicadora de distúrbio de funcionamento do organismo. O amarelo é tão marcante como indicador de saúde do ser humano que certa grave doença é até hoje conhecida como “Febre Amarela”. Deus nos livre desses “amarelos”.
Países de convívio com a pobreza e a desnutrição, vêem suas crianças e jovens com a palidez da fome e das verminoses – o “amarelão”.
Em contraposição à desnutrição, o amarelo contribui, com sua inicial –o A da vitamina - e com os vegetais amarelos que a contém – a cenoura, o mamão, o buriti e tantos outros. Os últimos, caso ingeridos em excesso, causam amarelidão da pele – a “falsa icterícia”. Instigante esta cor, não?
O amarelo ataca de todos os lados. Vem agora atingir os livros, primeiro nas conhecidas “Páginas Amarelas” (hoje denominadas “Rio Listas – Amarelas) que auxiliam na pesquisa de endereços e telefones de (quase) tudo que se precisa; mais adiante, e pela ação do tempo, o amarelo tinge as páginas dos livros, empalidecendo-os, explodindo num contraste, pois valoriza os exemplares que as contêm; é um dos raros exemplos de que a velhice vale a pena.
Este amarelo que enfeita crianças, jovens e adultos, volta à cena quando derrama sua cor nos cabelos, dourando-os e irradiando beleza. Algumas mulheres, na expectativa de se tornarem mais atraentes (“os homens preferem as louras” - verdade?), tingem seus cabelos tornando-os falsamente amarelados. O fato é que se cabelos dourados não fascinam todos, chamam a atenção, pois que menos comuns que os castanhos e os pretos. Mais uma vez o amarelo “na cabeça”.
Os cariocas se aproveitam, embora receosos de assaltos, seqüestros e balas perdidas, da “Linha Amarela”, dando preferência para nela trafegar nos automóveis amarelos – os táxis. E vai o amarelo para as pistas.
Amarelo das bandeiras das nações. Quem tiver curiosidade que pesquise e confira, mas dou notícia que dos mais de 200 países espalhados pelo globo, a cor amarela imprime-se em apenas 4 nações consideradas desenvolvidas – Alemanha, Bélgica, Espanha e Suécia. Em contrapartida, pode ser apreciada, exaustivamente, nos pavilhões de países pobres ou mesmo miseráveis. Aqui o amarelo não é alvissareiro. A refletir, com a lembrança de “nosso lábaro estrelado”! Quem sabe um bom símbolo para nosso pavilhão fosse o Ipê, árvore emblemática do país que enfeita tanto o ápice de seus ramos, como o chão, quando lhe caem as flores, atapetando de amarelo o solo fértil.
Todos conhecemos as rosas e a cor-de-rosa. Mas se você estivar apaixonado, ofereça rosas amarelas. A cor penetra mais do que o perfume, caso não tenha o último. Desacelere suas investidas. No meio do vermelho e do verde está o amarelo, alertando para sua atenção redobrada. Paixão e prudência numa mesma cor – é a presença do equilíbrio!
Nestas linhas esboçadas sobre o fascinante e instigante amarelo, nada mais conveniente que fazer desembocar os últimos rabiscos navegando pelo Rio Amarelo (Huang He) e inalando a aragem emanada dos ensinamentos dos velhos sábios chineses. E digo, que da mesma forma que a vida começa no amarelo da gema do ovo, termina com a mesma cor, a partir da velhice até a morte, ambas imprimindo a amarelidez da passagem e do término do tempo.
Ao finalizar esses pensamentos sempre desalinhados e esquecidos de muitos “amarelos”, peço desculpas àqueles que pintam o mundo de azul, branco, verde ou outra cor adotada, e peço as desculpas referidas com um indisfarçável “sorriso amarelo”, naturalmente.
Eu, de cá, “amarelo-maníaco” de fé, que nem nas minhas imprudências “amarelo”, fico com o sambista:
“Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela...”
A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A HUMANIDADE
(ANTÔNIO PAIVA RODRIGUES – FORTALEZA – CE)
"A Parapsicologia como ciência pura, sem propósitos de agir dogmaticamente, a serviço dessa ou daquela religião, é sempre uma atividade valiosa, capaz de acordar as inteligências para as realidades de Doutrina Espírita. O trabalho com Espíritos amigos ainda e sempre é a minha maior experiência em mediunidade, porque, diariamente, eles nos trazem novas lições.” (Francisco de Paula Cândido Xavier).
Não existe nada que abale mais o ser humano do que a enfermidade, por isso, o cuidado com a água consumida, deve ser de boa a excelente qualidade. Filtrada ou fervida, são as maneiras mais corretas de consumo. É bom frisar de que quando estamos doentes nos sentimos pequenos e indefesos, desprotegidos e assustados. Desde os primórdios o homem tem observado que, a par das boas coisas que formam a vida deleitável, outras existem ou acontecem que são o reverso da medalha, dores e prejuízos.
Se não cuidarmos da nossa saúde e da nossa família, iremos adoecer com certeza. A água é um líquido precioso que só dever ser ingerido na forma potável. E os alimentos devem ser bem lavados com água de boa procedência. Somos seres vivos repletos de água, por isso, muitos afirmam ser a água um atributo de vida. Como já citamos a importância da água para as nossas vidas e para todos o seres vivos, ela é uma substância imprescindível para os organismos vivos. Para os humanos, ela é importante não apenas para as coisas que realizamos diariamente, mas também porque somos, em grande parte, constituídos por água.
Em todo o nosso organismo, ou seja, sangue, pele, músculos e até nossos ossos contém expressivas quantidade de água. O líquido amniótico onde o bebê passa nove meses convivendo com ele é denominado a água da vida. Sem a presença dele seria impossível, depois da fecundação e da formação do zigoto, a criança ser gerada. Visto pelo lado de fora, o planeta deveria se chamar água. Com algumas "ilhas" de terra firme, cerca de 2/3 de sua superfície são dominados pelos vastos oceanos. Os polos e suas vizinhanças estão cobertos pelas águas sólidas das gigantescas geleiras. A pequena quantidade de água restante divide-se entre a atmosfera, o subsolo, os rios e os lagos.
Estimam-se em cerca de 1,35 milhões de quilômetros cúbicos o volume total de água na Terra. Ressalte-se que esse grande volume de água a maior parte é salgado e o resto doce. Vejam o percentual: 97,5 % da água do planeta é salgada e está em oceanos e mares. O percentual de água doce é de 2,493%, mas se encontra em geleiras ou regiões subterrâneas ou aquíferos e de difícil acesso. Já 0,007% é doce e pode ser encontrada em rios, lagos e na atmosfera, de fácil para o ser humano.
O pequeno percentual de água doce existente na terra deve ser preservada e economizada pelo homem, pois à medida que cresce a população mundial, mais escassa ela fica. O Brasil detém 11,6% da água doce superficial do mundo, os 70% da água disponível para uso estão localizados na Região Amazônica e os 30% restantes distribuem-se desigualmente por todo o País, para atender 93% da população. No ser humano a água está assim distribuída: no feto 95%, no recém-nascido 80%, no adolescente 70% e no adulto 60%.
Ainda no útero materno, uma criança pode ter a maior parte, podendo atingir 95% de sua massa corporal constituída de água, mas, conforme a sua idade se eleva, a proporção de água diminui. Na pessoa obesa, a proporção de água em seu organismo será menor, visto que, a gordura diminui a retenção de água, pois onde há gordura existe menor quantidade de água. Uma boa quantidade de água pode ser encontrada em nosso corpo diluída no sangue, ou por períodos armazenados em órgãos, como nos intestinos delgado e grosso e na bexiga urinária. Porém o maior volume se encontra nas células que formam os tecidos do nosso corpo.
Um detalhe importante e de bom alvitre, para um estudante que almeja aprender sobre o corpo humano, afirmamos que no corpo humano adulto, existem 75 trilhões de células. Elas são muitas e cabem em um único organismo porque são, em geral, estruturas tão pequenas que, apenas são percebidas, através de um microscópio. Normalmente as células humanas têm cerca de 0,005 mmm a
Esses tecidos podem se reunir e formar os órgãos, como o coração, rins, pulmões entre outros. Eles trabalham de forma ordenada cumprindo tarefas e fazem parte de aparelhos e sistemas, maiores e mais complexos, tais como: o aparelho disgestório e o urogenital que são os órgãos urinários e nervoso e genitais, além do respiratório e os sistemas circulatórios.
Células, tecido muscular e músculo, existem vários tipos de tecidos no corpo de um animal, ou seja, tecido ósseo, muscular, cartilaginoso, muscular liso, adiposo e epitelial. O tecido nervoso é o que contém maior percentual de água, principalmente em nosso encéfalo ou simplesmente cérebro.
Ele é o “recordista” em quantidade de água em nosso corpo. Segundo o grupo erê a distribuição de água em nosso organismo está assim delineada: cérebro 75%, pulmões 86%, fígado 86%, músculos 75%, coração 75%, rins 83% e sangue 81%. Há 2.000 anos, a população mundial correspondia a 3% da população atual, enquanto a disponibilidade de água permanece a mesma.
A partir de 1950 o consumo de água, em todo o mundo triplicou. O consumo médio de água, por habitante, foi ampliado em cerca de 50%. Para cada
O ser humano pode passar até 28 dias sem comer, mas apenas três dias sem água. Gotejando, uma torneira chega a um desperdício de
O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas.
Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.
A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo. Será? Segundo explicita o site geólogo, em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito à água, estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial.
A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.
Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja, a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.
Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são: dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos. Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas.
Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação. A falta de consciência da população, a cultura abaixo da média tem levado o Brasil a desperdiçar grandes quantidades de água, visto que muitos mananciais estão contaminados por dejetos, lixo, animais mortos, e esgotos industriais.
Essa água poderia ser de grande utilidade para a população se fosse tratada para o consumo humano, Precisamos conscientizar nosso povo para a importância da água para as nossas vidas. A região Nordeste do Brasil carece de água, devido aos períodos de estiagem e seca. Se a água desperdiçada fosse tratada e usada na irrigação o Nordeste não estaria passando por privações.
Irrigando o Nordeste com certeza seria uma das regiões mais prósperas do Brasil. Carros pipas, cacimbões, poços profundos, tanques e grandes reservatórios de água não resolverão o problema da seca, se não houver um planejamento bem feito e estruturado e que o ponto principal seja a irrigação. Temos um grande potencial de energia eólica, solar, no entanto, falta vontade política, pois o mais vantajoso para os políticos desonestos é a “indústria da seca”. Pense nisso!