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ENTREVISTA COM JOSÉ FELDMAN
ENTREVISTA COM JOSÉ FELDMAN

  1. De onde você é? Quando você começou a se aventurar na literatura? Sofreu influência direta de parentes mais velhos, amigos, professores? O que aprendeu na escola o instigou a criar textos?

 

JF: Eu nasci em São Paulo, capital, meu pai era rumeno e minha mãe que ainda está viva, da Guanabara. Sempre adorei ler, desde pequeno, influência de meu pai que sempre me incentivou. Meus primeiros escritos são de quando era criança ainda, devia ter uns 10 anos de idade, eram contos. Apesar de ter tido uma escola rígida na época, eu já era um “rato de biblioteca”, e meu irmão mais velho também gostava de ler, e freqüentávamos as livrarias da cidade todas as semanas. Líamos livros nelas. Na poesia eu só enveredei mais tarde, com uns 14 ou 15 anos. Daí sempre a procura de conhecimento freqüentei cursos de poesias, haicais, ficção científica, na Casa Mário de Andrade, aliás, foi lá que conheci a trova com o Izo Goldman, creio que em 1991, chamava-se “Hora da Trova”. Mas estudei haicais com Eunice Arruda, romance com Mario Amato, Ficção Científica na Literatura e no Cinema com André Carneiro, que se tornou meu amigo desde então, e em cujo curso conheci também quem seria minha esposa.

 

  1. Você já leu muitas obras e lê frequentemente? Que gêneros (poesia, contos, crônicas, romance) e autores prefere?

 

JF: Se me tirarem a leitura é como me deixar aleijado. Eu vivo o meu dia a dia, desde quando acordo até deitar lendo. Gosto de contos e crônicas, já romances eu gostava, mas atualmente já não tenho muita paciência para ler algo tão extenso. Quando jovem, lembro que li “O Don Silencioso”, de Mikhail Sholokov (acho que Nobel em 1966), eram 4 volumes com cerca de 300 e poucas páginas cada, li em uma semana, devorava até altas horas da noite. Hoje um destes vou levar anos para ler...rsrs. Mas tenho um boa biblioteca em casa, tudo de Machado de Assis nosso escritor maior, mas também José de Alencar, Guimarães Rosa, Luis Fernando Veríssimo, li e leio muita literatura estrangeira, adoro Herman Hesse, Jack London, Leon Tolstói e Hemingway. Shakespeare leio, mas não me enrosco. Ah, claro, ia esquecendo alguns dos maiores que considero, Connan Doyle (não só Sherlock Holmes, mas seus contos), e atualmente Mia Couto, Nadine Gordimer e Doris Lessing. Poesia é Drummond, Quintana e Leminski claro. Mas sempre busco novos nomes, a coleção de poesias do Aparício Fernandes, são 4 volumes creio, é ótima, muitas poesias e trovas também.

 

  1. Costuma fazer um glossário com as palavras que encontra por aí (em livros, na internet, na televisão etc.) e ir ao dicionário pesquisá-las?

 

Antigamente não fazia, mas depois de ler “A Ilha dos Pinguins” de Anatole France, que considero um horror, pois em todas as páginas tinha que recorrer ao dicionário, comecei a anotar as palavras desconhecidas e mesmo as pouco usuais a parte. Quando estou enjoado, pego o dicionário e fico procurando novas palavras.

 

  1. Há escritores de hoje na internet (não consagrados pelo povo) que admira? Em sites, Academias de que de repente você participa etc.

Existe uma enormidade de escritores que admiro e que não aparecem na mídia. E são muito bons, melhores do que muitos de renome. Nilto Maciel (Fortaleza/CE), morreu um tempinho atrás era fantástico, inclusive eu divulgo muito os textos dele. Ele me enviava seus livros e jornais e revistas de literatura do Ceará. Conheci muitos assim, o que me surpreendeu, pois nós aqui do sul não temos ideia da quantidade de ótimos literatos lá de cima. Alguns, para não ser injusto com outros, José Faria Nunes (Cassu/GO), José Lucas de Barros (Natal/RN), Hermoclydes Franco (RJ), falecido mas tive grande amizade, Nemésio Prata (Fortaleza), me correspondo sempre e é um senhor poeta em todos os estilos, Cecy Barbosa Campos (Juiz de Fora/MG), Isabel Furini (Curitiba), Filemon Martins (Itararé/SP), Olivaldo Junior (Mogiguaçu/SP), e vou parar por aqui, pois são muitos, de diversos gêneros do Brasil inteiro e mesmo de Portugal. 

 

  1. Você costuma participar de antologias? Acha-as algo interessante? Participaria de uma se eu a lançasse?

 

Sim. Participei e sempre que posso participo de antologias. São ótimas para que o público conheça os poetas. Mas também vejo a questão financeira destas antologias, muitos cobram absurdos por 1 página que quase dá para você bancar um livro seu de 100 páginas. Participo em algumas e-antologias. Seria um prazer participar, como mencionei, depende do custo.

 

  1. Você é membro de Academias de Letras? Aceitaria indicações para ingressar em Academias de Letras como membro?

 

Lancei o meu blog (http://singrandohorizontes.blogspot.com.br) e logo em seguida dois e-books que eram bimestrais, primeiro foi o Boletim Cultural Singrando Horizontes e depois a continuação mais elaborada, que foi o Almanaque O Voo da Gralha Azul, já com cerca de 200 páginas ou mais, com tudo de literatura, contos, crônicas, poesias, trovas, haicais, entrevistas, sobre as academias, folclore, etc. Isto tudo me rendeu um texto elogiadíssimo nos anais da Casa Maçônica e logo fui convidado para ser acadêmico na Academia de Letras do Brasil, recebendo o diploma de Imortal e o de Dr. Honoris Causa, além de ser nomeado Presidente Estadual do Paraná desta Casa (que sou até hoje) e Vice-Presidente do Conselho de Ética a nível nacional. A partir daí foi uma ascensão. Na época morava em Ubiratã, cidade próxima de Cascavel, estando como Delegado da UBT nesta cidade e vice-presidente da Associação dos Literatos de Ubiratã, e pouco depois um dos fundadores do Cinema Amador na cidade. Entretanto, minha primeira indicação foi para a Ordem Nacional dos Escritores, ocasião em que fui a Sorocaba (SP) junto com minha então esposa Alba Krishna (que era poetisa premiada em concursos) receber a comenda em uma solenidadeTambém, junto com o Assis de Maringá, Nei Garcez e Vânia Ennes de Curitiba, criamos o Boletim de trovas Paraná em Trovas, que eu montava e enviávamos por e-mail e por correio.

Daí me tornei Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG e da Academia de Letras de Formiga/MG, Cônsul da Associação Poetas Del Mundo, membro da Unión Hispanoamericana de Escritores, que hoje se tornou na Unión Hispanomundial de Escritores, da Sociedade de Poetas do Mundo... esquecia, em São Paulo eu era membro da Casa do Poeta Lampião de Gaz e da UBT São Paulo. Na Academia de Letras em que sou presidente, eu não cobro nada de ninguém, só a participação ativa na literatura. Este ano recebi a Medalha de Mérito Cultural Euclides da Cunha da Academia de Letras, em Berna/Suiça, e também sou membro (acho que cadeira 145) dela.

Aceito indicações, desde que seja pelo meu valor e não só para me ter no quadro e querer ganhar dinheiro com isto.

 

  1. Tem ideia de quantos textos literários já escreveu? Há quanto tempo escreve ininterruptamente?

 

Exatamente não sei, pois cada vez estão surgindo novos textos, além de fazer prefácio ou fortuna crítica de livros de escritores do Brasil inteiro. Mas creio ter umas 250 trovas, uns 40 poemas, uns 5 contos/crônicas, e o resto já não sei. Ininterruptamente não é, pois existem fases ruins, problemas de saúde, e eu dou muito ênfase aos outros escritores e eu mesmo me deixo de lado com a seguinte filosofia: Mais um livro para ficar nas estantes de sebos criando teias de aranha? Prefiro divulgar os outros, deixo para os outros, se acharem que tenho algum valor, me divulgarem.

 

  1. Você tem dificuldade de escrever em prosa, em verso? 

Nenhuma. Se você pegar no meu pé para escrever algo, eu faço em menos de um dia uma prosa, verso então nem se fala. Minha cabeça está sempre em alta rotação e sempre criando. Tenho um defeito grave: sou perfeccionista.

 

  1. Você possui algum lugar onde publica textos virtualmente? Qual? 

Como falei acima, o blog http://singrandohorizontes.blogspot.com.br, que vai completar 10 anos de atividade, com mais de 16 mil postagens, e mais de um milhão e meio de leitores. Muitos textos clássicos, mas também possuo muitas colaborações de poetas e escritores em geral, que além  de me enviar por email, me enviam seus livros, dos quais seleciono o que pode ser publicável no blog, que é fonte de pesquisa de escolas do PR e SP. Muitos professores já me contatarm dizendo que usam o blog com os alunos. Possuo um outro, que é só de versos (http://universosdeversos.blogspot.com.br) mas este eu dei uma parada devido ao acúmulo, mas estarei retornando com ele em breve. Fora isto, tem os outros literatos que publicam o que posto no site deles.

 

  1. Que temas prefere escrever? Prefere ficção ou o que vivencia e vê no dia a dia?

É o que dá na “cachola”. Embora eu adore ficção, sai o que “pintou” na hora. Não escolho. Eu tenho muito de acordar e ir direto para o computador para escrever algo que me martelou no meio da noite. Por exemplo, quando estive em São Paulo, e vendo aquela bagunça e os enormes arranha-céus, eu estava no ônibus, vendo aquilo bolei um conto onde um arranha-céu chega no céu, no paraíso e o dono do arranha-céu começa a discutir sobre propriedade com Deus. O meu primeiro conto foi ficção fantástica, definida por vários escritores como “a la Edgar Allan Poe”. Uns anos atrás uma escritora de Curitiba (Isabel Furini) me pediu para escrever uma crônica para um livro que ela estava organizando, foi vapt-vupt. O que brasileiro faz mais? Ficar em fila, claro. Daí escrevi uma sobre filas aqui em Maringá.

 

  1. Aprecia outros tipos de arte usualmente? Frequenta museus, teatros, apresentações musicais, salões de pintura? Está envolvido com outro tipo de arte (é pintor, músico, escultor?)

Daí você está forçando, mas vou procurar resumir, eu sou louco por novos conhecimentos. Fiz cursos e assisti palestras de tudo que pode imaginar (menos sobre direito e matemática, que eu odeio...rsrs). Toco saxofone quando dá, em São Paulo fui diretor, árbitro e professor de xadrez, e jogador também, ganhando alguns campeonatos. Fui diretor musical (adoro música desde pequerrucho), eu acordo e a primeira coisa é ligar o aparelho de CD e só desligo a noite. E, claro, conheci muitos músicos de diversos gêneros, principalmente Rock, Blues e Jazz. Em São Paulo, todo domingo de manhã ia assistir os concertos no Teatro Municipal. Quando jovem eu pintava, não profissionalmente, mas gostava de pintar, fiz curso. Também fiz teatro, onde tive amizade com Plínio Marcos e Antonio Fagundes. Com a música e o meu blog, grande incentivador de meu trabalho e com quem eu sempre conversava e me dava sempre dicas, Arthur da Távola, que foi Secretário da Cultura aí no Rio de Janeiro. A gente se encontrava num café em São Paulo. Escultura nunca tentei, e francamente nunca me atraiu. Frequentei muito as vernissages. Estudei arqueologia e paleontologia e fiz curso de astronomia no Observatório Nacional. Deve ter mais coisa, mas me deu branco... é a idade (rsrs).

 

  1. Que retorno você espera da literatura para si mesmo no Brasil? E a nível de mundo?

Para ser franco, qualquer vitória é prazeirosa, batalho pela literatura, e busco colocar em evidência nossos valores. Retorno para mim? Só o reconhecimento pelo meu esforço de sair a campo empunhando a bandeira da literatura. Pretensões de publicar um livro? Quem sabe, mas não é minha meta maior. Satisfação mesmo é quando divulgo alguém e este alguém me retorna agradecendo por outros parabeniza-lo por seus textos. A Nível de Mundo, segue o mesmo, conforme o presidente nacional da Academia de Letras do Brasil, quando me convidou para ser membro, eu já havia rompido as fronteiras, e o meu trabalho era reconhecido no mundo, tanto que recebi agradecimentos de Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos, Portugal e por aí vai.

 

  1. Você acha que o brasileiro médio costuma ler? Acha que ele gosta de literatura tradicional ou só de notícias rápidas e sem profundidade?

 Só corrigindo esta pergunta (você me bate depois…rsrs), eu não acho, eu sei, pois teve uma época que fiz pesquisa em campo sobre isto, além do que os censos do IBGE apuram. O brasileiro não gosta de ler. E realmente prefere leituras rápidas se for forçado. Conversei com alguns cineastas  quando estava envolvido nisto (também…rsrs), e somente espectadores, e falei que eu prefiro filmes legendados, pois no dublado se perde sempre alguma coisa. A resposta: não vende. O brasileiro tem preguiça de ler. Hoje ainda mais com o facebook e whatsapp, a coisa piorou, houve até um debate que até para escrever há má vontade e as palavras são todas abreviadas. Claro que não posso ser radical, existe uma fração que lê, mas em termos de população do Brasil, é pouca. Um amigo uma vez me disse que ele prefere só haicais e já está achando que é muito grande.

 

  1. Você costuma registrar seus textos na FBN antes de publicá-los? Sabe da importância disso?

Sei da importância do registro, e dou muito incentivo a quem tenho contato, tenho contato com editores de livros que me enviam material para repassar aos outros, mas eu mesmo não tenho nada registrado. Como não busco nada comercial e nem pretendo comercializar textos meus não me prendi a isto.

 

  1. Já tem livros-solo publicados? Consegue vendê-los com certa facilidade? 

Tenho um livro publicado de trovas por editora de Porto Alegre, sendo que os em papel que me enviaram eu distribuí. O resto foi tudo e-book, creio que te enviei um.

Virtualmente já é outra história, tenho pouco mais de 500 publicações, sendo uma média de 2 por semana. Um catatau (mais para Zé Colméia mesmo)...kkkkk

 

 

  1. Já conhecia o poeta-escritor Oliveira Caruso (desculpe-me... Esta pergunta é padrão para quem participa de meus concursos literários)?

Quem é? Onde está? rsrsrs Sim, já conhecia, pois já há tempos me envia sobre os Concursos Literários, inclusive conheço bem o seu site Reino dos Concursos. Mas confesso, além dos concursos conheço superficialmente (até agora). 

 

  1. Você trabalha com literatura inclusive para aumentar sua renda ou a leva como um delicioso hobby?

Trabalho com literatura. Nunca pretendi aumentar minha renda com ela, é algo prazeiroso. Hobby? Não sei. Eu levo muito a sério, apesar de ser gostoso este trabalho. É um trabalho voluntário sem remuneração.

 

  1. Você trabalha(ou) fora da literatura?

Agora sim! Preciso me sustentar, pelo menos ganhar algum dinheirinho para comprar mais livros…rsrs. Trabalho junto as Universidades, fazendo pesquisa (para professores e alunos), digitação de trabalhos, artigos científicos, normas, monografias (há quase 20 anos), revistas, jornais, criação, revisão e ainda dou orientações para fazer monografias aos estudantes, desde bacharelado a mestrado.

 

Enfim, obrigado por poder participar desta entrevista virtual. Perdoe a extensão, mas sou matraca virtualmente e calado fisicamente.

Paz e luz.

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