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TEXTOS VENCEDORES II EROTISMO COM ARTE
TEXTOS VENCEDORES II EROTISMO COM ARTE


TEXTOS VENCEDORES DO II CONCURSO LITERÁRIO EROTISMO COM ARTE

 

MEDALHA DE OURO - POESIA

 

Amar é preciso (Marta Elaine Cocco Rodrigues Novo)


Decidir-me por convidar-te
à minha cama não foi fácil.
Pensei, relutei...
gemi...corei...
Esquivei-me, ardi,
e acabei por me render
ao prazer que me ofereceste.
Provocaste-me
com tuas palavras sacanas.
Pegaste-me com força
beijaste-me com fervor
chupaste-me a língua
sugaste-me o sexo, até a última gota.
Fizeste-me confissões de amor
zombaste do meu ser pueril,
mas, no fundo...
sabias que deste lado
o meu corpo fervia
ansiando por teu membro viril
entre minhas coxas
que uma contra a outra
comprimiam-se fervorosas
ao imaginar-te quente
e ereto entre elas, penetrando...
Sabias dos meus toques de mãos
deslizando por entre meus seios
enrijecidos de prazer...
Ouvias em silêncio
meus gemidos ao tocar-me
o íntimo, úmido e faminto...
Sabias que no fundo eu,
implorar-te-ia, que viesse
acalentar a ardência deste corpo febril.
Sim, sabias que não tardaria,
e que hora ou outra, eu,
libertar-me-ia desta fera arredia
que continha por ti um desejo intrínseco,
ou então, eu enlouqueceria...
Convidei-te, aceitaste...
Forrei a cama com cetim pérola
liso, escorregadio, como a ti
gostoso, cheiroso e macio...
acendi por todos os cantos
velas aromáticas.
Espalhei por todos os lados, véus.
Perfumei-me e de fantasias vesti-me,
aqueci a banheira em temperatura ambiente
escolhi a nossa música
o melhor vinho e frutas...
Sacanagem...muita sacanagem...
Convidei-te e não vieste...
Fizeste de mim vadia,
não me querias na real,
mas sim, somente no virtual...

 

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MEDALHA DE PRATA - POESIA

 

SEDENTO DE MIM  (Sueli Dutra)

 

Teus lábios, sedentos de mim, sugam o orvalho que

está por todo o meu corpo nu.

Arrepia-me a alma.

Desfaz-se o medo.

Entrego-me aos desejos.

Acaricio teu rosto com os meus seios.

Desbravo tua virilidade.

Avanço devagarzinho e aos poucos bebo do teu vinho.

Teu peito largo me excita.

No abdômen reconheço o homem.

Continuo a percorrê-lo.

No auge de tua intimidade descubro abundancia.

Perco-me na fartura.

Com os lábios entreabertos brinco nos arredores.

Sentes meu hálito quente a te percorrer.

Enlouqueces.

Queres mais.

Imploras-me que avance mais.

Torturo-te com prazer.

Na loucura de te ter bebo, por fim, na taça do prazer.

Derrama-se o vinho.

 

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MEDALHA DE BRONZE - POESIA 

 

TEIA DE DESEJO (Aglaé Torres Cristófaro)

 

Golfadas de prazer atravessadas na garganta

empurram a teia de desejo

enroscando pontos pretos-brancos

iluminuras

na sombra de si mesmo

atapetando de esteiras

a carreira desabalada

de amor em poeira.

Eco-ando em praias viscerais

desfazendo permutas endêmicas

na contra-mão afogueada

em raios ultra voláteis

esperneantes viventes

tolhidos em espumantes verbáceas aconchegando suspeitas fraudulentas

acoplados em nave mental.

Frígida ardósia

transparece cálice

estrugindo  e sugando

no vão de lábios

-imã copulando buco-lingual

em prazer substituto.  

No corte oblíquoa labareda

penetra e incendeia

serpenteando

fumaça branca.

Sensação de ostra germinada.           

 

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MEDALHA DE OURO - PROSA

 

Desconhecidos  (Camila Ribeiro Mendes)

 

 

Hoje eu brindo em comemoração aos onze anos. A última vez que bebi foi no Réveillon. Só

meia taça de espumante. Sou tão fraquinha. Entrei sozinha nesse restaurante. Que constrangimento!

Pedi vinho. Uma taça. Não, melhor, uma garrafa. São onze anos! Mais de dez...

E quando ele atravessou aquela porta, eu só conseguia me perguntar: Quem era?

Sai porque o cheiro de casa me causa enjôo. O estômago se contorce e queima, querendo

digerir meus sentimentos. Preciso arrumar as coisas, mudar os móveis, ensacar o passado. Recolho

nossas migalhas, remontando o quebra cabeça, sem me lembrar do nosso retrato final.

Um som dispersa meus devaneios. A pequena banda anima os fregueses desatentos. Um

moreno alto, meio sisudo, entra dedilhando sua...harpa? Que combinação absurda!

Não consigo segurar a gargalhada. O calor me cora as bochechas. Ele percebeu? Acho

que sim. Está me encarando. Enquanto canta mexem os seus cachinhos na testa… Sorte que não

acredito em anjos!

Pedi a conta. Perguntei ao garçom sobre o grupo. Vieram de fora. Vão tocar sábado e

domingo.

Dia seguinte lá estava eu, sóbria, e agora sem desculpas.

A distância me ampliou o campo de visão. Fiquei atenta, medindo seus gestos, suspiros,

toques. No intervalo ele se aproximou. Sem graça. Cheio de tiques. Fez algumas perguntas

básicas,que nem eu, nem ele, prestamos atenção. Teria algumas horas antes de ir. Estava hospedado

no quarteirão de baixo.

Foi me deixando confusa com seu excesso de palavras. Falava rápido, e sua ansiedade me

contaminou. Só via uma boca. Aquela boca. E um emaranhado de blábláblá. Não respondi mais.

Pedi a conta.

Na calçada, fiquei acompanhando o movimento das nuvens, e escolhendo meus melhores

argumentos. A consciência não mede esforços para justificar a culpa que é própria dela.

Ele se assusta ao me ver. Falei que esperava. E se falei, não volto atrás.

Seguimos a pé até o hotel. Chegamos. Ele aperta o botão do elevador. Eu estendo a

mão. “Que andar?”

Subo as seis escadas num só impulso. Recusei sua companhia. O medo é meu. E prometi

que chegava antes dele.

A porta se fecha, quando enfim encaro seus olhos. Abro os lábios. O pudor me envergonha

as frases. Tiro a roupa. Seus braços me enrolaram feito serpente. Seu nariz roça minha bochecha,

me questionando. Seguro seu rosto, abocanho sua língua, inoculando sua boca com a minha saliva.

Sem mais nada a dizer.

Suas mãos pressionam minha cintura e me rodam, feito bailarina em caixa de música. De

costas, viro o pescoço. Ele quer o controle, mas eu só confio naquilo que está na altura da minha

visão. Esse meio termo ficou acertado entre nós. Ele me beija a nuca. Os longos fios lhe engasgam

na garganta. Corro puxar para o lado. Detesto incomodar. Ele aquieta minha ansiedade, tocando

meus ombros. Tenta uma gentileza. Os dedos compridos penteam meus cabelos. Algumas ondas

ficam em desalinho, mas o resultado final é um coque firme, que ele prende com as mãos.

Arrasto minhas unhas, subindo pelas suas pernas, apertando sua coxa. Arrancaria sua pele.

Quero ficar no seu corpo, feito cicatriz. Sou possessiva. Agora ele sabe.

Subo na pontinha dos pés. Puxo sua camiseta. Ele me interrompe com um sorriso. Sorriso lindo.

Sarcástico. Tira o relógio. Desdobra a pulseira, deixando as tiras retinhas. Coloca em cima da mesa.

Bem no centro. Sem perigo de cair. É do tipo metódico. E eu que joguei a meia para trás, num

empurrão desajeitado.

Mordisco sua barriga. A pele eriça. Tento, então, embaixo do umbigo. Seu corpo se contrai

todo. Volto ao lábio inferior, que se estica nos meus dentes. Fico assim, alternando cada pedaço.

Seu gemido é cafeína pura nos meus ouvidos.

Se meus olhos são doces, é porque camuflam as minhas intenções e o prazer um tanto cruel.

 

O som seco da minha cabeça na parede, e ficamos frente a frente. E medimos forças.

Respiro fundo. Não quero pedir. Ele tem que desistir. Sinto o batimento do meu coração, bem na

garganta. Uma tontura turva minha visão, que se enche de faíscas brilhantes. Nunca antes. Mas

reconheço a derrota. Abro os braços. E minha pele fica vermelha onde seus dedos apertam. E tanto

faz. Estou tão sensível ao seu toque, que sinto tudo em exagero, onde a soma dessas sensações é

uma inflamação, uma analgesia completa.

Me segura no colo. Passo as pernas na sua cintura. O rímel me escorre nos olhos. Ele

continua sorrindo, num deboche. Fecho o punho e acerto seu ombro. Pega bem no osso. Dói mais

em mim.

O colchão macio me preenche as costas. Seu peso me preenche a calma. Pressiono a mão

na sua nuca. Ele não pode fugir de mim. Encosto meu nariz no seu, e compartilhamos o mesmo ar

abafado, o mesmo movimento. Eu também não posso fugir.

Nossas peles se encostam, se molham, se grudam. Seu pensamento parece distante,

concentrado. Mas logo esse aparente egoísmo se desfaz, e ele me coloca no controle da situação.

Quando eu quiser. Sua voz arrastada me pede autorização. Eu silencio um segundo, o máximo

possível para mim.

Sim, sim, pode, deve. Primeira vez que me escapa essa palavra, com tanta convicção. Abro

os olhos, só pelo prazer de ver os seus se fechando, num aperto tão intenso, que uma marca funda

aparece na sua testa.

Preciso de água. Minha língua gruda no céu da boca. O cansaço me paralisa as pernas. Nesse

corpo exposto vejo mais do que meus seios, meus pêlos, meus contornos. Vejo o trajeto vermelho

do sangue que ruboriza minha face. O brilho das minhas coxas grossas, que refletem a luz do

quarto. Meu abdômen que se contrai involuntariamente. E admiro tudo, com a curiosidade de quem

encara uma desconhecida.

Naquele relógio em cima da mesa faltam vinte minutos. Sobrou tempo. O que eu quero

saber? Olho aquele homem estirado, minha melhor resposta.

Eu me arrasto com os cotovelos, aninho meus cabelos no seu peito. Durmo um sono rápido

e fundo, sem tempo de sonhar.

 

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MEDALHA DE PRATA - PROSA

 

 

“Paper Passion”  (Ana Carolina Dumelle)

 

Como todos os dias, eu chegava em casa às quatro horas da tarde após meu trabalho na editora em que atuo como revisora de textos. Tomava meu banho e ia para minha biblioteca particular, onde eu me deliciava com os livros até a hora do meu marido chegar. Eu adorava me sentir aconchegante no meio dos livros, então eles estavam sempre jogados no chão, com um tapete macio, e uma adorável poltrona reclinável. Na mesa de centro canetas, papeis, lanches e bebidas, faziam-me mais acomodada com aquele delicioso conforto.

Eu amava aquele ambiente. Sempre em silêncio eu perdia horas agradáveis em meio às ideias de autores tão fabulosos, tanto literários, quanto técnicos.

Naquela noite, em especial, eu me divertia com o sexo negro de Anaïs Nin. Havia adquirido o volume “Delta de Vênus” e fabulosa como só ela sabia ser, requeria um pouco de estômago para ler suas investidas pedófilas e incestuosas. Na noite seguinte eu havia terminado de ler “Lolita”, do admirável Vladimir Nabokov.

Abri o livro, ainda novo, e como era de praxe, comecei a me deliciar com o cheiro que emanava de suas páginas.

Eu era apaixonada pelos livros, e como o cheiro também faz parte da constituição de todos eles, eu igualmente era apaixonada pelo cheiro desses amigáveis seres.

Alguns dias atrás havia visto o lançamento de um perfume,“Paper Passion”, que tinha em seu frasco, o cheiro que tem nos livros. Claro que essa notícia me deixou muito curiosa por prová-lo. Adoraria manter-me envolta em cheiro “livral” durante o meu dia todo.

Foi nesses pensamentos que meu marido chegou todo agradável como sempre, beijando-me e deitando-se ao meu lado. Como eu, era um apaixonado por livros. Percebi que ele me olhava de uma maneira diferente, e com o livro ainda na mão, comentei:

-Nossa, esse cheiro do livro é fascinante. Parece até que com sua chegada isso intensificou.

-Chegou seu livro da Anaïs? Está gostando?

-Confesso que estou adorando. Ela é muito boa, e como sempre está me surpreendendo com seu erotismo tão mórbido.

-Ela é mestra nisso.

-Caramba, que cheiro delicioso. Este livro veio em especial pra mim. O cheiro de suas páginas está fascinante.

-Tem certeza que é das páginas, querida?

Então meu marido me olhou e começou delicadamente a passar a mão em meu ombro.

-Chega mais perto pra eu te mostrar as páginas que você tanto gosta de sentir o cheiro.

A mão dele subiu pro meu rosto, e tocando meus lábios, aproximou-se, beijando-me.

Então eu senti o cheiro nele, daquilo que eu mais amava: os livros. Após esse momento, ele se achegou ao meu ouvido direito e sussurrou:

-Já ouviu falar do Paper Passion querida?

-Já...

-Então, que tal, você amar um livro em sua totalidade, enlouquecendo-se em cima dele, como uma adorável Lolita?

Compreendi naquele momento de onde vinha o cheiro de livro tão intenso. Ao ouvir isso, excitei-me e não resisti. E beijando-o me entreguei. Aquele cheiro era realmente delicioso. Cheiro de papel, de livro recém-embalado. É a loucura que os amantes de carro sentem ao entrar em seu zero quilômetro. Comecei a me envolver a cada instante mais. As mãos dele desciam meu corpo fazendo-me sentir desejos, não sei se por ele ou se pelo cheiro.

Tirou minha blusa, beijando minha barriga e subindo até meus seios despiu-me do sutiã. Ali ele parou longamente, enquanto uma de suas mãos descia pra dentro de minha calça. Meu corpo começou a sentir o prazer brotar em cada célula. Fui me contorcendo pouco a pouco, e senti meus olhos virarem. O cheiro estava me fascinando. Comecei a sentir como se um livro me engolisse. Vi Bocage criar pernas, e vir até mim, sensualmente, apoderando-se do meu corpo.

Aquilo foi me dando um êxtase, que me fez tirar a camisa do meu marido e beijá-lo loucamente. Deitei-o no chão, e ficando por cima eu me enfiei em seu corpo, esfregando-me naquele cheiro delirante.

Eu não sabia explicar o efeito que aquele perfume estava dando em mim. Era como ser gato e ver a “erva de gatos”. O cheiro parecia uma droga, enfeitiçava-me. E conforme eu ia descendo a minha boca, dos seus lábios até a sua barriga, eu percebia que o cheiro intensificava. E foi então, abrindo sua calça, que percebi que o cheiro ali era extasiante. Olhei pra ele, com um olhar intenso. Ele veio até mim, abraçou-me e ficando novamente por cima, tirou o short que eu usava, e a lingerie que fazia parte da minha vaidade.

Desceu a mão. E ali o prazer foi imenso. Beijou-me o clitóris enquanto seus dedos acariciava meu interior. O prazer era duplo, mas eu queria sentir mais do cheiro no meu objeto de desejo. Sua mão estava cada vez mais rápida e eu me contorcia. Eu sentia o cheiro pairando no ar que era liberado com o suor que dele emanava. Passou a beijar e a morder minhas coxas, minha virilha. Tocava minhas nádegas com um prazer enorme, e eu sentia isso. Subiu a boca pros meus seios, pro meu pescoço, pra minha boca, porém a mão ainda mexia em mim. E cada vez mais rápido no meu clitóris eu pude sentir todos os meus ossos se contraírem e enrijecerem. E com os meus olhos apertados no mais escuro, eu senti todos os espasmos que acontecem após um delicioso orgasmo cultural e literário.

Sim, haviam livros em baixo de mim. Haviam livros nas estantes, no sofá, na poltrona, no tapete, na mesa. E havia um livro em cima de mim, apossando-se do meu corpo mais do que qualquer Anaïs, Nabokov, Azevedo, Sade, Salomão... E então relaxei. Senti o corpo esvaziar, porém eu ainda desejava algo. Desejava o cheiro intensamente dentro da minha boca.

Ele entendeu isso, e sentando-se na poltrona, em cima de alguns livros, chamou-me com seu dedo para nos ler mais um pouco.

Eu queira ler cada linha do corpo dele. Queria viajar em cada parágrafo. Queria degustar cada página. Queria beijar e transar cada folha. Queria interpretar seu jeito de amar...

Fui. Sentei no colo dele, frente a frente e voltei a me deliciar no cheiro, beijando cada parte do seu corpo e peitoral. Ele adorava aquilo. Com minhas unhas eu arranhava levemente sua nuca, e me perdia com o calor que saia do corpo dele, deixando o meu ainda mais sensível.

Com um dedo em mim mesma percebi como eu ainda estava molhada.

Reclinamos a poltrona e como ela era grande e espaçosa, ele subiu um pouco e eu comecei a descer a sua calça. Ali então eu suspirei. O cheiro era fabuloso. Nem mesmo Grenouille deveria ter sentido cheiro tão bom em suas amadas raptadas e mortas por ele. Desci-lhe completamente a calça e a cueca, e então senti o cheiro. Aquilo me deu tontura de prazer, e sem pensar eu“oralizei” aquele órgão. O cheiro me fascinava. E com minha boca e minha mão eu me sentia cada vez mais fora de mim. Eu já não existia mais nesse mundo. Eu estava em qualquer outro lugar. Tinha me teletransportado para histórias fascinantes em livros maravilhosos...

Eu estava com um livro na minha boca. Eu estava acariciando, chupando, beijando um livro delicioso. Um livro novo, um livro feito pra mim.

Ele segurou meus cabelos com uma mão e com a outra apertou meus braços. Vi suas coxas enrijecerem e então, ele ejaculou. Eu comi a leitura, engoli as palavras, senti o gosto da literatura. Eu me perdi em meio a tantos personagens eróticos e sedutores.

Mas eu não queria parar. O cheiro ali era enlouquecedor. Ele me abraçou, quase sem forças por causa do oral. Eu sentia seus braços tremerem. Saiu da poltrona, tirou de cima da mesa de centro tudo o que tinha e me deitou ali. Minhas pernas ficaram apoiadas no tapete, e por cima de mim ele me penetrou. Enquanto um de seus braços apoiava-o, o outro me envolvia. O corpo dele estava colado ao meu, o que me fazia sentir o cheiro. O cheiro dos livros, que a partir daquele dia seria o cheiro do amor. Livro pra mim passaria a ter cheiro de paixão, sexo, amor...

Ele era um amante cortês, e eu sentia isso em seus abraços. Sussurrando em meu ouvido palavras poéticas, eu me via verdadeiramente fazendo sexo com um livro. Ele era um livro. Meu marido virou um livro. Um livro mais excitante do que qualquer obra literária.

Mas ele era intenso e rápido, e eu me sentia cada vez mais molhada. Ele beijava minha boca, meu pescoço, meus seios.

Ele me puxou pra si, virou-se e se sentou na mesa e me fez sentar por cima dele. Apoiei meus braços no móvel. Aquela posição permitia que ele olhasse pro meu corpo e mexesse nos meus seios e no meu clitóris. Ele tinha total visão de mim, e dizia ser delicioso isso. Era como ter um livro bem aberto a sua frente, escancarado, esperando seu toque e seus olhos.

Comecei a rebolar e a ir para frente e para trás. Pros dois essa era uma posição de extremo prazer. Ele tocou no meu clitóris, e meu corpo começou a fraquejar. Era bom demais para eu conseguir ter tamanha coordenação motora. Mas continuei. E o cheiro pairava no ar.

Até que meu marido me segurou pelo quadril e me ajudou no movimento. Meu quadril era meu ponto fraco, então sentir aquilo foi extasiante. Continuamos no movimento. Cada vez mais rápido. As mãos dele me apertavam cada vez mais, deixando-me excitada. Eu estava muito molhada.

Abracei-o e continuei por um tempo subindo e descendo, rebolando e indo pra frente e pra trás. O cheiro dele, mais forte, voltou para minha realidade, e arranhando as costas dele, eu soltei um gemido e meu corpo contorcido relaxou. Ele me deitou rapidamente e continuou.

Isso era delicioso pra mim que estava muito sensível e sentia tudo mais intensamente.

Ele continuou bem mais rápido e forte, até que soltou todo o seu peso em mim, e eu senti o cheiro. O cheiro de sexo, misturado com o cheiro dos livros que haviam transado com a gente, junto com o cheiro do perfume delicioso, mais o cheiro de nossos suores entrelaçados.

Gemi, e senti também as nossas essências escorrerem de nós, unindo-se em nossos órgãos.

Deitamos lado a lado no tapete, em cima de livros, e sentindo o cheiro do perfume ainda nele e no ar, eu desejei voltar a ler aquele corpo. E como todo bom livro, a gente chega a varar a madrugada lendo-o, até terminar a última página, independente de quantas faltam pra isso...

 

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MEDALHA DE BRONZE - PROSA

 

O mar de Eros (Bruna Ferrari)

 

A noite de traição

 

A lua beijava o mar naquela noite de verão. Rebeca Carneiro, penteava os

cabelos longos e castanhos cacheados, perto da janela. Ela tinha de 35 anos, 1,65 de

altura, pele bronzeada e um olhar tristonho, cílios grandes e íris de cor azul escura como

o mar naquele dia. Ela observava a espuma branca das águas tocando a pele dourada da

praia de Copacabana vista da cobertura do prédio. Como era linda a Avenida Atlântica

naquela noite estrelada.

 

- Eu te ligo quando chegar à Londres. – Disse o amante de Rebeca, um alto,

musculoso surfista dez anos mais novo que ela, Henrique Ricardo estava nu e enxugava

o cabelo loiro que ia até os ombros. Ele era estagiário da Coca-Cola, era um prodígio

do direito administrativo e ia com o chefe para uma reunião na filial londrina. Rebeca

começou a passar creme na sua barriga, que ainda tinha a marca da cesariana de dois

meses atrás. Sua filha Alice, era muito calada e calma, por isso, o tempo de licença foi

coberto por um silêncio torturante.

 

- É melhor manda um e-mail, Vitor vai voltar de São Paulo, amanhã. – disse ela

com um ar delicado e frágil que era seu charme.

 

O rapaz abraçou a mulher pelas costas e murmurou em seu ouvido.

 

- Não tenho medo dele. Foge comigo.

 

- E deixar minha filha?

 

- Leva, ela é calada mesmo. – Rebeca deu uma cutuvelada na barriga dele e se

afastou.

 

- Não seja cruel! Já acabamos por hoje, certo? Não tem um avião para pegar?

 

Ele avançou e roubou um beijo dela, começou a passar as mãos grandes em suas

nadegas e a mordiscar o pescoço. – Eu pego o próximo. – murmurou ele no ouvindo

dela e Rebeca começou a passar as unhas em suas costas largas. Ele a segurou e

levantou pelas cochas e a levou até a cama, jogo-a lá e começou a beijá-la desde a ponta

dos pés, subindo pela batata da perna... pelas cochas...passando devagar pela virilha...

avançando para a bariga magra, mordiscando a curva da cintura, até enfim! Chegar aos

seios.

 

- Hum... Ricky...- sussurou ela com os olhos fechados, entregue aos carinhos

quentes e meticulosos de seu grande amante, suas mãos aranhavam as costas dele,

sua pernas se roçava nas dele, enquanto ele literalmente bebia em seus seios, arrancou

longos gemidos dela ao afundar sua mão entre as pernas da mulher. Insasiavel começou

a beijar o pescoço dando leves mordidas, passou para o queixo até encontrar a boca.

 

Beijou-a com a força da juventude e a ousadia da luxuria. Ela enrolava sua perna na

dele, puxa os cabelos e arrancava gemidos por apertar as nadegas. Exitado, Henrique a

invadiu com vigor e paixão e ela deu um gemido alto! Os dois começaram a se misturar

em uma dança intensa e frenetica. Com as pernas entrelaçadas, estavam tão intimamente

colocados, quanto o mar e a areia da praia.

 

Rebeca piscava rápido e gemia alto, não demorou para que uma onda de prazer

intenso batesse em seu ventre e lá explodir por um segundo de extase. E ela gritou ao

mesmo tempo em que uma onda bateu em uma pedra. Ela jogou a cabeça para trás,

puxou o lençol amarelo, relaxou e gozou. Henrique se ajoelhou diante dela e gozou em

sua barriga derramando esperma na pele dourada, como o mar derrama espuma na areia.

Os dois se abraçaram e ficaram assim por alguns minutos, como se esperassem que o

tempo parasse e só pudessem, ou que o mar trouxesse uma resposta mágica para aquele

sentimento proibido.

 

Então ela olhou para o criado mudo ao lado da cama e viu a foto de casamento

dela com o marido, um português de 1,80, 40 anos, pele bronzeada, cabelo preto curto

com custeletas, óculos de armassão grossa, e um sorriso tipico de um intelectual, e nesse

momento, ela sentiu culpa.

 

- Acho que devo ver como está Alice. – Murmurrou Rebeca trazendo o parceiro

de volta para a realidade. Ele se afastou um pouco para ela passar, mas logo a puxou

pela cintura de novo.

 

- Se eu tivesse que me mudar para Londres, você viria comigo?- perguntou o

futuro advogado.

 

Rebeca pega de surpresa não sabia o que responder, por isso não disse nada,

apenas se levantou e foi até o quarto ao lado, Alice estava acordada, chorando. Ela

assumiu seu papel de mãe, pegou a filha, sentou-se na cadeira de balanço e deu o peito

para a filha. Enquanto isso no quarto, Ricky escrivia um pequeno bilhete.

 

“Rosas são vermelhas, violentas são azuis, você e eu em Londres é o que

me seduz! Vem comigo dona sabe tudo. P.S: Amo seu cheiro, Ricky.”

 

E ele deixou o papel no criado mudo, ao lado da foto de casamento. Vestiu suas

roupas e foi até o quarto de Alice, beijou sua amante e saiu.

 

A queda do castelo de areia

 

Após alimentar a filha, Rebeca com sono, tomou um banho rápido, vestiu uma

camisola e foi para sala ver tv, junto da menina que dormia em um cesto cheio de

almofadas. O que ela não esperava era que seu marido iria chegar justo naquela noite.

 

- Oi amor. – Disse Rebeca quando o português entrou.

 

- Como está, meu amor querido e minha princezinha?- Perguntou o homem de

forma doce. Beijou a testa da mulher e da filha e visivelmente cansado tirou a gravada

enquanto subia as escadas, tudo parecia estremamente normal, como de costume,

Rebeca foi para cozinha preparar um sanduiche, era comum que ele chegasse com fome,

e enquanto comia contava sobre a viagem. E escondia que não tinha nenhuma mulher

por lá.

 

Vitor Matheus Carneiro, já estava só de calça social, quando sentou na cama

para tirar os sapatos e viu um bilhete deixado perto da foto de casamento, e assindo por

Ricky. Ler aquilo foi como se ele tivesse levado um tapa na cara com uma luva cheias

de espinhos. Não sabia o que fazer, então fez o que todo homem faria, destruiu o porta-

retrato, o vazo e tudo mais que encontrou no quarto. Assustada com o barulho, Rebeca

subiu correndo, e mal teve tempo de perguntar o que houve e o marido já a havia pego

pelo pescoço e colocado contra a parede.

 

- Quem é Ricky?!- Rosnou o homem. A mulher arregalhou os olhos, ela não

havia visto o recado, não sabia como ele podia ter descoberto, o marido que ainda tinha

o bilhete na outra mão, leu para mulher com tanto desprezo que até seu sotaque havia

mudado.

 

- “Rosas são vermelhas, violetas são azuis, você e eu em Londres é o que me

seduz”, foi por isso que você me trocou!? – bufou ele. Rebeca quase sem ar apenas

murmurrou.

 

- Está me machucando...

 

Então como se trazido para a razão ele a soltou e ela caiu sentada no chão com

a marca da mão dele ao redor do pescoço, Vitor, se afastou confuso, nunca aprovou a

violência antes, então porque agora havia agido como um animal fora de controle?

 

- Sinto muito, eu... eu não sei o que deu. – gagueijou ele, encostado na parede,

tonto e com as mãos tremendo, seu coração batia tão forte que ele pensou que iria ter

um ataque. Rebeca que costuma ser calma, se levanou e gritou.

 

- Pelo menos ele não está me traindo com outra mulher há anos!

 

- Anos? Há quanto tempo você... ? Eu não quero saber, tenho que sair daqui

antes que algo pior aconteça! – Ele pegou sua camisa e saiu correndo de casa.

Rebeca escorregou na parede até desabar no chão e chorar, agora que tudo havia

sido descoberto, ela precisava pensar, fazer uma escolha, sumir para sempre, mas no

momento, doia demais pensar. Seus sentimentos estavam confusos, sabia que amava

Ricky, ou será que era só paixão? Será que realmente amava Vitor? E agora que

descobriu esse lado violento, o que pensar do seu doce e intelectual marido, apaixonado

por livros, opera e poemas?

 

Entra em cena, a outra

 

No centro da cidade é comum que os prédios cormercias fiquem abertos até

tarde, e na firma de advocacia Brasil- Portugual, muitos funcionários dormem em seus

escritórios, por isso não foi supresa para o vigia da noite ver o Dr. Vitor chegando às

22h, o que ele estranhou foi a cara fechada, mas preferiu não comentar nada.

 

O advogado abriu a porta ainda tremulo, e se jogou no sofá. O escritorio, era

relativamente grande, tinha uma mesa grande em forma de C, com dois notebooks e três

pilhas de processo, um banheiro com chuveiro, privada e pia de marmore, uma pequena

geladeira, uma poltrana e um sofá brancos com quadros de mulheres deitadas na praia.

O bom português já havia defendido muitas mulheres de seus maridos violentos, mas

nunca havia estado do outro lado, seu corpo estava agitado e lágrimas escorriam sem

controle, ele tirou do bolso um celular e ligou para uma pessoa, que com certeza iria

ajudá-lo.

 

- Alô?- falou uma voz feminina de forma sedutora do outro lado da linha.

 

- Ana, tu tens alguma coisa para fazer agora?- perguntou ele com tristeza.

 

- Não, desmarcaram.

 

- Podes vir para o meu escritorio?

 

- Alguma noticia ruim?- perguntou ela percebendo a mudança na voz. Como não

houve resposta ela continuou: - É a Alice? Não, é a Rebeca.

 

- Tu vens ou não? – perguntou o português um pouco nervoso.

 

- Já estou a caminho.

 

Ela desligou, e Vitor se levantou, pegou uma garrafa de whisky em cima da

geladeira, colocou uma boa quantidade em um copo e foi para perto da grande parede

de vidro atrás da sua mesa, onde ficou observando o movimento dos carros e lembrando

de sua mulher. Tentando não imaginá-la nos braços de outro homem. O tempo foi

passando sem que ele percebesse e pouco tempo depois, o português ouviu alguém

batendo na porta.

 

- Entre. – ordenou ele.

 

Uma mulher de trinta anos, altura mediana, cabelos cacheados castanhos, pele

bronzeada com os pelos dos braços dourados, olhos castanhos bem grandes, lábios

grossos e um sorriso sedutor entrou na sala. Ela vestia um sobretudo bege, com sapatos

alto, tinha o cabelo preso em um coque e uma pose elitista. Vendo-a, ele deixou copo

na mesa e foi direto até ela, e a primeira coisa que fez foi colocar a mão entre as pernas

 

dela e roubar um beijo sufocante.

 

- É bom vê-la. – disse se afastando para trancar a porta.

 

- Aconteceu alguma coisa na família. – Ela afirmou. – Foi o filho?

 

- Não, minha mulher está me traindo, com alguém chamado Ricky.

 

+- Ui... parece que o Ricardão finalmente chegou na sua casa. – Ela tentou ser

engraçada.

 

- Estou um bucado triste. – Murmurou ele ainda apoiado na porta da sala.

 

- É para isso que eu sirvo. – Ela tirou uma camisinha do bolso e entregou para

ele, então tirou o sobretudo e revelou um vestido preto de seda. Vitor abriu o ziper da

calça e vestiu a camisinha. Ana tirou o vestido e mostrou uma lingerie vermelha, sutian

e calçinha fio dental. - Gosta?- perguntou ela.

 

- Um tanto! Tu sabes, mesmo, o que eu gosto.

 

- É minha função como “puta particular”, certo?

 

Ela tirou a calcinha e se apoiou na mesa, deixando o traseiro empinado. Sem

cerimonia Vitor se aproximou dela e a penetrou. Eles começaram a entrar em um ritmo

frenetico, mas sem intimidade ou romance, apenas negocios, ele começou a massagiar

os peitos dela e ela começou a gemer alto.

 

- Vai fundo portuga! – ela disse entre um gemido e outro, e Vitor sabendo

que era uma encenação ficou exitado e começou a fazer movimentos mais rápidos e

fortes. Ele soltou o cabelo dela e começou a puxá-lo com certa força. Ana murmurrou

um “delicia!” e Vitor sorriu se sentindo um “macho dominante”. Ela começou a gritar

e ele calou a boca dela com a mão, mal a deixando respirar, e assim se sentiu mais

poderoso como se pudesse ter a vida de Ana em suas mãos. Ela mordeu o dedo dele e

ele a soltou, a prostituta respirou e depois riu e disse.

 

- Pena que esqueci meu chicotinho, menino mal!

 

- Sempre terá mais uma vez, cadela! – disse o português com um sutaque

carregado e começou a bater na bunda dela até ficar vermelha. Ela gritava e gemia, se

o penis dele fosse mais fundo chegava a ri. A expontaniedade e aqueles sons, o deixava

mais exitado, como queria que Rebeca fosse 10% do que Ana era, mas ela não era sua

amante, ele não tinha sentimentos por ela, era apenas a sua puta. Ana gemeu alto e

colocou a cabeça pro lado, seu gozo escorreu por sua coxa e vendo aquilo, não demorou

muito e ele fez o mesmo, o gozo de ambos manchou a calça preta dele e as escorreu

pelas coxas grossa e macias dela. Satisfeito, ele foi para a sua cadeira e se renclinou

nela, tirou a camisinha e murmurou sem animo.

 

- Amo a minha mulher, Ana. Não quero que um muleque tire-a de mim.

 

- Então, reconquiste-a.

 

- Ora, pois! Se fosse assim tão fácil, já o teria feito! – respondeu ele um pouco

desanimado.

 

- Sei que não é facil portuga, mas você tem que tentar algo novo. Lembra-se

daquela praia que você a levou uma vez? Ela gostou e é bem romantica, pode ser um

bom recomeço.

 

- Por-me-ei a pensar. Tu queres dançar pra mim, puta?

 

- Claro cachorrão. – disse ela indo pegar na bolsa um vel vermelho. Entre

muitas outras habilidades, uma delas falar inglês, Ana sabia dança do ventre. Vitor

ficou olhando a mulher mexer o quadril, enrolando o vel vermelho na cintura,

escondendo o rosto de forma sensual e misteriosa. Ela foi se aproximando da cadeira

dele jogando o tronco para frente e para trás. Chegou bem perto e começou a por o

tronco para frente, deixando que seus peitos encostassem-se ao rosto dele. Vitor pegou-

os, apertou-os e afundou o rosto neles. Ana reparou que ele havia ficado exitado de

novo, então se ajoelhou e começou a chupá-lo. Vitor apertava os cabelos dela enquanto

sua cabeça subia e descia. Ele gemia e colocava a cabeça para trás apoiando-a na

cadeira. Ele fechou os olhos emerço em prazer e pensamentos de sua espoça. Ela tirou

uma camisinha do sutian, vesti-o rápidamente e montou nele, ele afundou o rosto nos

peitos dela, segurou-a pelas coxas e ergueu-a sem sair de dentro, com três passos largos,

sentou-se no sofá e deixou-a cavalgar.

 

- Ohh...Rebeca... – Murmurou ele pensando da esposa. Ana não querendo

estragar a fantasia, sabendo que tinha traços parecidos com ela, acariciou o pescoço dele

e o beijou, depois murmurou com uma voz bem doce e mansa.

 

- Estou aqui, querido. – Ele mantinha os olhos fechados e ficou mergulhado

naquela doce ilusão dos tempos de glória do passado. Os corpos deles já estavam

suados, a camisa social azul já parecia ser parte do seu corpo, e a calça preta grudava

nas dobras das pernas. Ele apertava os seios dela e ela puxava seu cabelo. Os

movimentos ficaram mais fortes e rápidos acompanhados de gemidos altos...

 

Vitor murmurou o nome da esposa e então gozou, espalhando liquido por toda sua

calça. Depois reencostou sua cabeça no sofá. Ana se levantou, foi até o banheiro, entrou

no pequeno chuveiro, se lavou rápidamente e foi até a geladeirinha, tinha bastante

chocolate, Red Bull e cerveja, ela pegou uma cerveja para ela e para ele. Vitor bebeu

quase tudo de uma única vez. Ana bebeu devagar e aproveitou para pegar alguns

bombons. Os dois ficaram em silêncio por um momento...

 

Então, ela jogou as latinhas fora e começou a se vestir. Vitor tirou do bolso a carteira e

entregou 300 reais para ela.

 

- Sempre um dinheiro bem gasto. – disse ele com um ar sonolento.

 

- Que bom que gosta dos meus serviços. – Disse ela pondo o sobretudo. Vitor

não disse nada ficou parado pensando e olhando para o teto. Ana, não quis encomodar,

ele era seu cliente mesmo antes do casamento, já há dez anos e ela sabia quando ele não

queria ser interrompido. Saiu em silêncio e o deixou sozinho. Vitor dormiu no sofá.

 

Uma segunda chance para o casamento

 

Vitor dormiu em seu escritório, e no dia seguinte às seis horas acordou

assustado, pois, havia sonhado que Rebeca tinha partido para sempre. Decidido a

reconquistar sua esposa, pegou seu carro e foi para casa. Quando chegou, tudo estava

em silêncio e havia apenas uma luz acessa no quarto de sua filha Alice.

 

- Tu estás aí, Rebeca? – perguntou ainda no corredor, por medo de encontrá-la

com o amante.

 

- Shíi! – Foi a resposta, e ele entendeu que o bebê devia estar dormindo, abriu a

porta de madeira com a plaquinha do Piu-Piu escrito “Alice dorme aqui”, e encontrou

sua mulher na cadeira de balanço ao lado berço, com a menina no colo.

 

- Estava com ela? – perguntou a mulher sem rodeios. Ele não respondeu, se

aproximou e fez carinho na cabeça da filha.

 

- Eu não quero perder isto, tu e ela são minha família, dá-me uma chance.

Podemos lutar pelo o que temos. – Pediu o português.

 

- Eu não sei como. Nós nos traímos mutuamente. – respondeu ela, tristonha.

 

- Vamos à Angra. Faço uma reserva em um bom hotel, vamos relaxar, a

namorar, se ainda assim, não quiser estar comigo quando voltarmos, deixo-te partir.

 

- Não entraria na justiça pela Alice?

 

- Não posso tirar a menina de ti. Se for teu desejo, não a vejo mais.

 

Ela pensou por um momento depois deu de ombros, sorriu de canto e disse:

 

- Tudo bem, já estou de malas prontas, mesmo. – Ele ia comentar, mas Alice

acordou e começou a chorar então o português foi para o seu quarto, ignorou as malas

em cima da cama e foi para o computador fazer a reserva no hotel, em Angra dos Reis.

 

A família chegou por volta das 19h da sexta-feira, ficariam até a noite de

domingo. Alice já estava dormindo, então Rebeca colocou-a em um berço que ficava

ao lado da cama e foi até a janela. Eles estavam no quinto andar (que era o último), de

lá era possível ver a praia e uma lua cheia grande e brilhante e do outro lado viam a

piscina. O casal havia trazido uma jovem babá de 16 anos, irmã de um dos melhores

amigos de Vitor, apaixonada por bebês. Ela pegou a menina, e sem acordá-la passou

pela porta de ligação e ficou no quarto ao lado.

 

Finalmente a sós, o português pegou duas cervejas na pequena geladeira, que

ficava escondida dentro de um grande armário embutido de madeira, passou pela

gigantesca cama de casal com lençóis vermelhos e foi até a varandinha onde estava sua

esposa.

 

- Às vezes eu fico imaginando que as estrelas se mexem e formam as

constelações só para me alegrar. – comentou Rebeca sem tirar os olhos do céu. Vitor

entregou a cerveja e passou o braço ao redor da cintura dela.

 

- Quando eu era criança pensava que eram vagalumes dançarinos. – comentou o

português com seu sotaque típico e carregado.

 

Ao ouvir aquilo Rebeca deu uma gargalhada alegre como há muito tempo não

fazia, Vitor sorriu e tocou o rosto dela com a ponta dos dedos.

 

- Há muito tempo estou a tentar fazer-te ri, minha flor.

 

- Como consegui ser tão doce em um momento tão critico?- perguntou ela se

afastando e bebendo a cerveja. – sei que você me machucou de novo, foi atrás dela.

 

- Do mesmo modo que tu me machucaste por causa dele?- perguntou Vitor de

cabeça baixa, Rebeca não respondeue houve um longo momento de silêncio, os dois

olhavam as estrelas e bebiam afastados um do outro. Então Rebeca saiu e foi tirar

as roupas para tomar um banho. Vitor continuou imovel. Ela passou vinte minutos

no chuveiro com a porta fechada, pensou ter ouvido barulho de porta fechando, mas

quis ver o que era, tinha medo que ele tivesse ido embora de vez. Outro barulho.

Ela abandonou seus pensamentos, vestiu um roupão branco e foi ver o que era. Na

cama havia uma caixa de bombom com formato de coração e um cheiro muito bom

a chamava para a varanda. Lá havia uma mesa posta com velas e champanhe, e o seu

prato preferido, lasanha bolonhesa e muito queijo ralado. Vitor se levantou e entregou

uma rosa vermelha para ela, ele estava usando uma calça preta e uma camisa branca

social.

 

- O garçon estragou o pedido. Parece que lasanha não é um prato muito

romantico. – Comentou o português tentando quebrar o gelo.

 

- Tipico. Eles esperam que todo mundo goste de lagosta, e eu sou alergica a fruto

do mar. – comentou sentando-se.

 

- Vamos relaxar e esquecer os nossos problemas por enquanto. – disse Vitor ao

se sentar.

 

Rebeca foi pega de surpresa com aquela demonstração de amor do seu marido,

ela não conseguia acreditar que ele estava sendo tão verdadeiro e dedicado. Mas

ela sabia que ele a havia traído, no entanto, ela também havia sido infiel, estavam

empatados. Sem reclamar, ela começou a comer a lasanha que tanto gostava, colocou

tanto queixo que mal se via a massa. Vitor conteve o riso diante daquele prato, e Rebeca

 

percebendo deu um sorriso de canto e disse: - Eu gosto de queijo.

 

- Nota-se. Gosto de ver-te comer como uma pequena tigresa. – Falou em tom de

brincadeira, e Rebeca sorriu mostrando os dentes.

 

- Lembra-se do tigre do filme “A Era do Gelo”? Sou a versão feminina dele,

estou brincando, tenho dentes pontudos por ter usado aparelho e lixado um pouco. E

também posso comer tudo que quiser e não engordo uma grama. – Falou Becky com

orgulho de si mesma. Vitor riu e acenou com a cabeça.

 

- Só espero que não me morda, ou melhor... - mudou a voz para um pouco

sedutora e travessa e murmurou: – Pode morder-me a vontade.

 

Rebeca ficou corada e olhou para o céu, estavam casados há 10 anos, mas

naquele momento parecia que só se conheciam há 10 dias. Tudo é novidade quando

um casal decide dar uma segunda chance. Vitor esticou o braço e puxou o queixo de

Rebeca para mais perto de si. Os dois ficaram envoltos em uma energia sensual, e seus

lábios se tocaram como se fosse à primeira vez. O beijo foi longo e descobridor, eles

já conheciam as manias um do outro de cor, mas fizeram tudo diferente, as mãos de

Vitor mergulharam nos cabelos de Rebeca e ela deixou as suas nos ombros do marido,

ainda sentia duvidas, e mesmo percebendo a intensidade da energia, rapidamente, ela o

empurrou levemente e voltou a comer.

 

Vitor se sentiu ofendido afundou na cadeira e bebeu o champanhe eles (não

tiveram animo de fazer um brinde). Mas o momento passou, e os dois terminaram a

refeição em silêncio. Ao terminarem escovaram os dentes e foram dormir, os corpos de

ambos ficaram afastados e encolhidos em cantos opostos da cama.

 

A noite passou rápida e sorrateira, como um gato selvagem na floresta. A luz

prateada da Lua cheia foi substituída pelos tons de amarelo e vermelho do nascer do

Sol. O azul do dia misturava-se com o azul do mar e a vida voltou, mais uma vez, a

cantar.

 

Rebeca acordou sozinha na cama, mas seu celular estava do lado onde devia

estar Vitor. Pensou, imediatamente, que ele havia partido, mais uma vez ela pensará

aquilo... Será que era isso que ela queria, ou era apenas o seu medo de perdê-lo gritando

no fundo da sua alma? Por um momento, ela ficou deitada olhando para o teto, eles

haviam passado por situações difíceis, haviam procurado o sexo em outros parceiros,

brigaram, ofenderam um ao outro, ela o havia machucado tanto! E ainda assim, ele a

beijará com uma paixão tão sincera, que por um momento ela questionou se em algum

momento, havia de fato, deixado de amá-lo. Seria pecado amar aquele que ela havia

machucado? Ou será que todos devem ter uma segunda chance? Enquanto ela pensava,

lembrava de momentos lindos de sua vida juntos, o primeiro encontro na piscina do

clube, o primeiro beijo, a primeira vez que fizeram sexo, o primeiro filho (que havia

nascido morto, e Vitor continuou do lado de Rebeca), o nascimento de Alice, o beijo

de ontem... Nesse momento, uma grossa lágrima escorreu pelo rosto dela, seus lábios

 

tremeram e ela murmurou para si mesma, sentindo vontade de gritar: - Eu o perdi.

 

Ela ia se levantar para ir chorar no chuveiro, quando o seu celular tocou, e um

grito de alegria saiu de seus lábios ao ver de quem era a ligação, atendeu dando um pulo

da cama.

 

- Onde você está?

 

- Bom dia para ti, também, minha flor. Dormis-te bem? – perguntou o português

em um tom alegre e divertido.

 

- Muito mal... tenho que te pedir desculpas por tudo, eu devia ter imaginado

 

que...

 

- Calma! – Disse ele para fazê-la parar, quando houve silêncio continuou: - Vai

até a varanda e olha para baixo.

 

Sem questionar, Rebeca foi até a varanda de onde pode ver a areia da praia com

a frase: “Me perdoa, eu te amo!”. Vitor havia tido a criatividade de usar um graveto para

escrever aquilo e estava perto da palavra “amo”, balançando o graveto enquanto falava

no celular.

 

- Gostas-te? – perguntou animado. Rebeca enxugou uma lágrima e disse.

 

- Tem uma mulher seminua na nossa cama!

 

Por um momento ele não entendeu, depois sorriu e disse:

 

- Se for bonita não deixa escapar!

 

- É você que deve disser se ela é bonita ou não. – Respondeu ela, referindo-se a

si mesma. Vitor entendeu, ficou mudo, por um momento e com a voz seria e sincera

 

- É a mais bela de todas. Sabe por quê? – perguntou em um tom de voz, onde era

possível sentir a verdade de suas palavras, mesmo estando distantes. Rebeca respirou

fundo e murmurou um “por que?” houve um breve silêncio e Vitor falou.

 

- Porque é a mulher que eu amo.

 

Silêncio. Verdade. Amor. Medo. Coragem: Uma nova chance.

 

- Sobe. – murmurou ela, e desligou o celular. Vitor saiu da praia quase correndo.

Rebeca pegou sua mala e tirou de lá um sutiã vermelho e uma calcinha de renda da

mesma cor, penteou o cabelo, passou uma maquiagem suave e sedutora, colocou o

perfume Miss Dior e deitou-se na cama de casal. Vitor chegou poucos minutos depois,

e já abriu a porta com a camisa na mão, se jogou na cama e beijou o pescoço da mulher,

depois assoprou fazendo-a ri.

 

- Estás linda! – Disse o português

 

- Me promete uma coisa?

 

- O que tu queseres, meu amor. – respondeu o português fazendo carinho no

ombro da mulher. Rebeca ficou muda por um momento, e depois olhou para ele com

uma espressão doce.

 

- Prometa que nunca mais vai vê-la. – falou num tom decidido e delicado.

 

- Eu vou fazer mais que uma promesa. – Ele pegou o celular, jogou para cima e

pegou novamente, então foi até a varanda, e jogou o celular pela janela o mais distante

que conseguiu. Rebeca sorriu e pulou nas costas do marido, que a pegou no ar e girou

com ela até cairem rindo na cama. Vitor se virou para ela e a abraçou forte, afundou o

rosto nos cabelos dela e murmurou: - Quando te vi sabia que seria minha esposa. Sem ti

não posso viver, me perdoa?

 

Como resposta Rebeca deu um beijo sincero e paixonado no marido, e Vitor

respondeu com a mesma intencidade, ambos pareciam estar cobertos de uma energia

de paz e amor, suas mãos estavam quentes e seu coração parecia que ia atravessar o

peito. Erm como um jovem casal que se reencontra depois de muitos anos, estavam

começando a lembrar de um momento, em que realmente se amavam, e agora tinham

todo o tempo do mundo. Devagar ele tirou o sutian dela e beijou os seios, um por um.

Acariciou a cintura, fazendo-a ri por sentir cosegas, tocou as nadegas e colocou as

pernas dela em seus ombros...sem vergonha, ele aproximou sua boca dos lábios de sua

parte intima e começou a chupá-los e a mordicar sua virilha. Tão lentamente, que só

a espera do toque já a deixava exitada, demorou dez longos e saborosos minutos, até

que sentiu o gosto do liguido de sua mulher em sua boca. Ela, que estava totalmente

entregue, mudou completamente, colocou-o na cama e foi para cima dele, tocava seu

pênis e apertava seus ombros com suas mãos de dedos longos e unhas grandes pintadas

de rosa claro com uma flor vermelha vibrante.

 

Ela deixou-o duro e tenso, então sentou-se nele, começoram a fazer uma dança

de movimentos lentos mas muito intensos. Seus corpos suavam, e quando ele percebeu

que ela parecia cansada, colocou deitada de barriga para baixo, passou o próprio gozo

dela para lubrificar e a invadiu por trás, ela gemeu e murmurrou um “aii...!”, ficaram

involtados naquela energia lenta e intensa por mais alguns minutos, com ele puxando

os cabelos dela. E então como se tomada por uma onda de atitude, ela voltou a ficar

por cima, e dessa vez mais forte a agil! Os gemidos ecoavam pelo quarto, e então

um grito forte dela, enquanto puxava o cabelo dele. O gozo foi tão intenso que sua

vista ficou embasada e parecia ter visto estrelas, ele apertou sua cintura com força,

fazendo-a se mexer e pouco depois gozou dentro de sua amada mulher. Os dois

rolaram completamente soados e cansados, ficaram um do lado do outros com as mãos

entrelaçadas, olhando os olhos um do outro, como dois criminosos que cometeram um

crime. Não foi dito, nada precisava ser dito... Eles durmiram abraçados naquela noite.

 

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