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ENTREVISTA COM AURINEIDE ALENCAR
ENTREVISTA COM AURINEIDE ALENCAR

  1. De onde você é? Quando você começou a se aventurar na literatura? Sofreu influência direta de parentes mais velhos, amigos, professores? O que aprendeu na escola o instigou a criar textos?

R: Sou da cidade de Catolé do Rocha, estado da Paraiba. Na verdade desde pequena eu tenho o hábito de fazer versos rimados, mais precisamente trovas e sextilhas. Na região onde eu nasci, as pessoas cultivam a Literatura de cordel, o que faz com que na família praticamente todos sejam um pouco poetas, mesmo sem editar, rsrsrsrsr... Na escola a gente aprende as variações, sendo que eu só fui realmente me interessar por fazer registro do que eu escrevia quando me tornei professora, com o intuito de utilizá-lo como um facilitador no processo da lectoescrita.

 

  1. Você já leu muitas obras e lê frequentemente? Que gêneros (poesia, contos, crônicas, romance) e autores prefere?

R: Eu não só leio como escuto CDs e assisto vídeos. Nem preciso dizer que é de Literatura de cordel, pois eu amo. É como se fosse o sangue de minhas veias; eu fico feliz, me emociono demais. O meu ídolo da Poesia Popular é o Patativa do Assaré, porém eu leio todos que eu tiver oportunidade.

 

  1. Costuma fazer um glossário com as palavras que encontra por aí (em livros, na internet, na televisão etc.) e ir ao dicionário pesquisá-las?

R: Quando eu estou lendo e aparece uma palavra que eu não conheço, eu busco ajuda sim, principalmente hoje em dia que temos tanta facilidade, em apenas um click!

 

  1. Há escritores de hoje na internet (não consagrados pelo povo) que admira? Em sites, Academias de que de repente você participa etc.

R: Com certeza! São tantos; eu não sei até que ponto tu se refere ao consagrado. Se é, em nível de país e de mundo! Se assim sendo, eu tenho umas amigas que admiro muito, pela garra e pelo talento! Eu poderia citar alguns nomes brasileiros e estrangeiros como: Ruth Helmman, Odila Lange, Antonio Cabral, Delasnive Daspet, Mabel Cuenca e recentemente tu.

 

  1. Você costuma participar de antologias? Acha-as algo interessante? Participaria de uma se eu a lançasse?

R: A primeira Antologia da qual participei foi em 2012, através de um Concurso Literário. A partir daí tenho participado sempre, pois já passaram de trinta! Eu participaria não, eu participarei com muito orgulho.

 

  1. Você é membro de Academias de Letras? Aceitaria indicações para ingressar em Academias de Letras como membro?

R: Sou membro da Academia Douradense de Letras –ADL, Academia de Letras do Brasil/MS- ALB/MS, Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG – ALTO, Associação Internacional de Poetas e Las Mujeres y sus Plumas. Eu aceito, principalmente sendo indicada por ti. (Nota do entrevistador: a entrevistada recebeu o convite do Presidente da Academia Brasileira de Trova (eu mesmo), faltando apenas a avaliação do conjunto de trovas da autora e currículo). 

 

  1. Tem ideia de quantos textos literários já escreveu? Há quanto tempo escreve ininterruptamente?

R: Sabe que eu não fiz a soma ainda, se eu for somar trovas, poemas livres e os folhetos de cordéis, tenho pra mais de mil. Isso no computador e em cadernos. Há cinco anos eu comecei a participar desses concursos e isso se tornou um vício. O vício de escrever.

 

  1. Você tem dificuldade de escrever em prosa, em verso?

R: Eu até escreveria contos! Até já ousei participar de alguns concursos , onde já tenho dois que foram classificados em quinto e décimo lugar, os demais tipos de textos em prosa eu não gosto. A minha facilidade mesmo é a Literatura de Cordel. Tenho um fascínio pelas rimas e pelo ritmo.

 

  1. Você possui algum lugar onde publica textos virtualmente? Qual? 

R: Eu tenho um Blog: www.cordelistaaurineide.blogspot.com.br , porém não há lá grandes coisas, pois eu não tenho o domínio da tecnologia para torná-lo bem bonito.

 

  1. Que temas prefere escrever? Prefere ficção ou o que vivencia e vê no dia a dia?

R: Eu gosto muito de misturar as duas coisas, pois eu sou “muito família”. Portanto eu escrevo histórias de vida. E gosto de fantasiar.

 

  1. Aprecia outros tipos de arte usualmente? Frequenta museus, teatros, apresentações musicais, salões de pintura? Está envolvido com outro tipo de arte (é pintor, músico, escultor?)

R: Aprecio. Sempre que eu tenho oportunidades eu visito, porém não tenho participação em nenhuma outra arte.

 

  1. Que retorno você espera da literatura para si mesmo no Brasil? E a nível de mundo?

R: Sinceramente eu não espero nenhum retorno financeiro, apenas a satisfação e realização pessoal. Trabalhei 31 anos como professora da rede pública e vi de perto o fracasso na expectativa de uma nação leitora, principalmente nessas últimas décadas.

 

  1. Você acha que o brasileiro médio costuma ler? Acha que ele gosta de literatura tradicional ou só de notícias rápidas e sem profundidade?

R: O brasileiro não gosta de ler e nem tem incentivos para isso. Eu acho que, com o avanço tecnológico, nós estamos andando numa esteira, ao que se refere à leitura. E vou mais longe, eu penso que se continuar do jeito que está nós estamos em declínio, ou seja, estamos caminhando para a volta do analfabetismo. Vou até me candidatar a ser escritora de cartas rsrsrsrs...

 

  1. Você costuma registrar seus textos na FBN antes de publicá-los? Sabe da importância disso?

R: Sei da importância sim, eu tenho três livros ata, dos quais eu juntei de cem a cento e cinquenta textos e registrei. Tenho também cinco livros publicados que são registrados. Todavia,  uma grande parte eu deixo sem registro, principalmente os folhetos de cordel.

 

  1. Já tem livros-solo publicados? Consegue vendê-los com certa facilidade? 

R: Como falei que tenho cinco, além desses eu tenho os folhetos de cordel que são editados por minha própria pessoa. Não vendo com facilidade não; a maioria do que eu vendo é para as pessoas que me conhecem mesmo.

 

  1. Já conhecia o poeta-escritor Oliveira Caruso (desculpe-me... Esta pergunta é padrão para quem participa de meus concursos literários)?

R: Conheci-o há poucos meses, através de um grupo em rede social administrado por Antônio Cabral. Só que hoje, como Presidente, ele já me proporcionou até a entrada para a Academia Brasileira de Trovas.

 

  1. Você trabalha com literatura inclusive para aumentar sua renda ou a leva como um delicioso hobby?

R: Eu não consigo ganhar dinheiro com a minha literatura! Só que, enquanto professora, ao longo da minha carreira, ela me auxiliou como um valioso recurso pedagógico, o que me orgulho muito, principalmente quando leio ou ouço versos de ex-alunos, referindo-se a mim. O prazer de ver uma sementinha plantada.

 

  1. Você trabalha(ou) fora da literatura?

R: Então, como falei, que trabalhei trinta e um anos como professora, hoje estou aposentada. Passei a ser dona de casa.

 

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