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ENTREVISTA COM CARLOS BRUNNO SILVA BARBOSA
ENTREVISTA COM CARLOS BRUNNO SILVA BARBOSA

ENTREVISTA COM CARLOS BRUNNO SILVA BARBOSA

 

  1. De onde você é? Quando você começou a se aventurar na literatura? Sofreu influência direta de parentes mais velhos, amigos, professores? O que aprendeu na escola o instigou a criar textos?

A pergunta “De onde você é?” sempre me pega meio sem jeito, pois a resposta é múltipla: sou professor de Português na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, logo resido durante a semana e em alguns fins de semana na cidade citada e esse lugar já se transformou em uma das minhas cidades líricas afetivas; nasci em Barra do Piraí/RJ e residi duas vezes lá, logo ela representa minhas raízes iniciais e parte da minha formação lírica e profissional (me formei em Letras na UGB, localizada na segunda cidade citada); morei muito tempo em Valença/RJ e passo muitos fins de semana nessa conhecida e amada “Princesinha da Serra”, onde iniciei minha trajetória poética e, por esse motivo, a mais especial das minhas cidades afetivas, tanto que, quando concorro em certames literários, indico-a sempre como meu endereço principal; além disso, flerto com Volta Redonda/RJ, Barra Mansa/RJ, Niterói/RJ, São Gonçalo/RJ, Rio de Janeiro/RJ, São Luís/MA, Londrina/PR, entre tantas outras pelas quais passo tempo bastante para torná-las também minhas cidades afetivas, partes de minha formação lírica. De onde eu sou? Sou do Brasil, com anseios de abraçar o mundo e, quem sabe, o universo rs. Quanto às influências diretas:

Parentes: meu tio João Gomes, recentemente falecido (mas eterno no coração), foi o primeiro a me estimular a interpretação não passiva de poemas e letras de canções, fato que, consequentemente, influenciou diretamente na minha escrita; minha mãe, Vanda Silva Barbosa, que sempre me deu força lírica para seguir em frente; minha madrinha tia Celeste Cicchelli, que sempre me estimulou a leitura e me desenvolveu a paixão por bibliotecas; meu primo Charles Frank, um dos meus primeiros leitores e estimuladores para que eu saísse da caverna e encarasse os mistérios líricos da vida.

Amigos: o Mestre Artistamigo Moacyr Sacramento, o Moa, foi o primeiro grande artista a ver potencial nos meus escritos e o considero meu padrinho lírico; a turma com quem andava – Anderson Vasconcelos (o Teco), Ronaldo Brechane (The Wall), Marcio “Rato” e Lucimauro Leite – me incentivou e me influenciou muito nessa trajetória de formação poética; os amigos e companheiros de trabalho da antiga Editora Valença, que me auxiliaram a lançar meus primeiros livros; os artistamigos da Cia Teatral Arte-Ofício e Cia Teatral Amor e Arte, que abrigaram em belíssimas interpretações meus poemas; todos os artistamigos do Sarau Solidões Coletivas, que até hoje me influenciam com a arte compartilhada e coletiva.

Professores: fui muito bem servido de professores de Português, de Literatura e de História em minha formação escolar e acadêmica. Os maiores influenciadores foram: o Cláudio (in memoriam) e o Paulo, ambos de História, que desenvolveram meu espírito crítico para a futura arte escrita; a Ieda, de Português e Literatura, em meu primeiro ano de ensino médio – essa me empurrou de vez na escrita e na paixão pela literatura, pois sua forma apaixonada de falar e interpretar os grandes escritores venceu qualquer resistência ou dúvida sobre dedicar-me ou não à escrita -; Selma Monteiro, de Português e Literatura, a primeira a me estimular a concorrer em concursos literários estaduais e nacionais; Marcio Souza, também de Português e Literatura, professor-poeta que me incentivou a seguir adiante; a Professora Dra. Olimpia, de Literatura Portuguesa, e a Professora Dra. Regina Pentagna, de Literatura Brasileira e de Teoria Literária, que me estimularam para o amadurecimento de minha escrita, mostrando-me as técnicas dos cânones literários e auxiliando-me com dicas e críticas construtivas sobre meus escritos.

Como se pôde perceber, o que aprendi na escola e na faculdade me instigou a criar textos; eu não era um receptáculo vazio, mas, sem os professores que tive, talvez nem me dedicasse à escrita.

 

  1. Você já leu muitas obras e lê frequentemente? Que gêneros (poesia, contos, crônicas, romance) e autores prefere?

Li, leio frequentemente e recomendo: não se pode amar literatura sem amar plenamente os livros (ou seja, sem ler). Quanto a gêneros, não tenho preferidos; depende do momento e do tempo que eu tenho (quando estou com muitas redações e provas para corrigir, evito o romance, pois este solicita quase que dedicação exclusiva). Meus autores preferidos, ah, são milhões e de estilos absolutamente variados: Carlos Drummond de Andrade, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, Mario Quintana, Machado de Assis, Rubem Fonseca, Lima Barreto, Dalton Trevisan, Sergio Faraco, Ginsberg, Bukowski, André Giusti, Fernando Pessoa, Rubem Braga, Edgar Alan Poe, Oscar Wilde, etc, etc. (por favor, não me peça pra escolher só esses ou um só rs)

 

  1. Costuma fazer um glossário com as palavras que encontra por aí (em livros, na internet, na televisão etc.) e ir ao dicionário pesquisá-las?

Não chego a fazer um glossário físico (só mental rs) e, logo que me deparo com uma palavra que desconheço, vou ao dicionário (em livro ou virtual).

 

  1. Há escritores de hoje na internet (não consagrados pelo povo) que admira? Em sites, Academias de que de repente você participa etc.

Muitos, tantos milhões quanto os autores mais canonizados. Só discordo do termo “não consagrados pelo povo”, pois, muitas vezes, esses escritores são até mais populares que os canonizados ou têm a capacidade de ser – só não têm chance na grande mídia ou nos cartéis das grandes editoras.

 

  1. Você costuma participar de antologias? Acha-as algo interessante? Participaria de uma se eu a lançasse?

Já participei de muitas, principalmente no início da minha carreira, e costumo entrar em algumas de concursos nos quais há prêmio de edição. Acho-as interessantes, principalmente para iniciar, para lançar seu nome no mercado editorial. Mas, sinceramente, após algum tempo lançando meus livros solo, deixei a participação em antologias pagas de lado, não por desconsiderar sua importância, mas porque tenho privilegiado meus projetos solos.

 

  1. Você é membro de Academias de Letras? Aceitaria indicações para ingressar em Academias de Letras como membro?

Apesar de seguir um estilo mais drummondiano à parte de ingressos acadêmicos e a minha formação lírica ser mais marginal/underground/contracultural, sou sócio correspondente em algumas Academias de Letras, cujos trabalhos admiro, respeito e defendo. Considero as Academias de Letras importantes para a divulgação da literatura, quando não se fecham como ouroboros em torno de si mesmas ou quando não se deixam cair na tentação da fogueira de vaidades excessivas. Costumo aceitar os convites, principalmente os de Sócio Correspondente.

 

  1. Tem ideia de quantos textos literários já escreveu? Há quanto tempo escreve ininterruptamente?

Mais de mil, menos de um milhão rs Mesmo assim, a escrita vem esporadicamente – às vezes, um turbilhão, ininterruptamente; às vezes, raramente, preguiçosamente, quase parando – há 23 anos.

 

  1. Você tem dificuldade de escrever em prosa, em verso?

Tenho mais facilidade em verso; na prosa, vou engatinhando um estilo próprio. Minha grande dificuldade mesmo (talvez uma certa impaciência misturada à preguiça) é com gêneros de textos longos, como romance e biografia. 

 

  1. Você possui algum lugar onde publica textos virtualmente? Qual?

Sim. Em meu blog “Diários de Solidões Coletivas”: http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/ e em meu site: http://carlosbrunno.wixsite.com/carlosbrunnopoeta

 

  1. Que temas prefere escrever? Prefere ficção ou o que vivencia e vê no dia a dia?

Tudo que possa vivenciar ou imaginar, desde que me empolgue e que me permita agitar o leitor, seja ficção que mostre vida e verossimilhança, seja o que vivencio no dia a dia.

 

  1. Aprecia outros tipos de arte usualmente? Frequenta museus, teatros, apresentações musicais, salões de pintura? Está envolvido com outro tipo de arte (é pintor, músico, escultor?)

Amo todo tipo de arte, tanto que tento misturá-las em meus livros e escritos. Frequento todos os lugares onde a arte se manifesta e sou a favor de que todas elas se misturem numa grande festa! Meu envolvimento com outro tipo de arte é o de admirador e incentivador.

 

  1. Que retorno você espera da literatura para si mesmo no Brasil? E a nível de mundo?

Bem, se consigo, com meus livros editados, pagar suas edições e, consequentemente, ter a possibilidade de produzir outros, já fico contente, afinal, nisso está inserida a ambição maior: ter um público leitor pra chamar de seu, ser lido num país que pouco preza a leitura. Já ambicionei reconhecimento nacional e tals, mas isso é muito relativo – cabe a cada um encontrar em si seu próprio valor. Quero ser lido e ter meus livros espalhados pelo Brasil (e, se possível, pelo mundo. Outro retorno interessante e que soma pontos à ambição maior é poder me classificar em cada vez mais concursos literários.

 

  1. Você acha que o brasileiro médio costuma ler? Acha que ele gosta de literatura tradicional ou só de notícias rápidas e sem profundidade?

Considero que o brasileiro não possui um hábito sólido de leitura. Prova disso é a aceitação de notícias fakes, não averiguação da veracidade/qualidade da informação de conteúdos escritos maliciosos lançados aos seus olhos, ingenuidade ou incompreensão na leitura de breves comentários. Precisamos melhorar muito, tanto no gosto pela literatura tradicional, pela literatura de vanguarda e até para as notícias instantâneas – quase sempre, o brasileiro surpreende e é surpreendido por gostos duvidosos (que nem ele próprio sabe justificar) numa leitura completamente passiva (alguém diz que é bom e ele sem contrariar, sem buscar se aprofundar). O hábito nacional de leitura ainda é parco demais e reflete a desigualdade social do país (da mesma forma que há poucos que leem muito e bem, há muito poucos favorecidos que possuem muito e muitos que quase nada têm – inclusive não possuem nem o hábito de ler, pelo menos, um livro por ano[!]).

 

  1. Você costuma registrar seus textos na FBN antes de publicá-los? Sabe da importância disso?

Costumo e sei a importância de possuir uma espécie de “certidão de nascimento” de seus escritos, preservando os direitos sobre minhas obras (mesmo que queira compartilhá-las com todos, preserva-se o direito de o escritor decidir se vai fazê-lo ou não).

 

  1. Já tem livros-solo publicados? Consegue vendê-los com certa facilidade?

Tenho 9 livros publicados: “Fim do fim do mundo” [de poemas, 1997], “Promessas Desfeitas” [de poemas, 1997], “Note or not ser” [de poemas, 2001, livro finalista na Categoria Poesia Straniera - Libro edito, no Premio Internazionale Revista Il Convivio - 2002, na Sicilia-Itália], “O último adeus (ou O primeiro pra sempre)” [de poemas, 2004], “Eu & Outras Províncias” [de poemas,2008], “Diários de Solidão” [de contos, 2010], “Bebendo Beatles & Silêncios” [de poemas, 2013, livro premiado com o 3.º Lugar no  Concurso Internacional “Poetizar o Mundo com Livros” 2014, de Curitiba/PR],  “Foda-se! E Outras Palavras Poéticas...” [de poemas, 2014, livro ganhador do Troféu Olho Vivo 2015 na Categoria Livro] e “O Nada Temperado com Orégano – Receitas poéticas para um país sem poesia e com crise na receita” [de poemas, contos e prosas poéticas, 2016]. Digo que vendi o bastante para não ter prejuízo, mas vendi muito pouco para obter lucro. Não, a venda não é nada fácil, amigo.

 

  1. Já conhecia o poeta-escritor Oliveira Caruso (desculpe-me... Esta pergunta é padrão para quem participa de meus concursos literários)?

Conheço-o das Cerimônias de Premiação do Concurso de Poesias da Academia de Letras e Artes de Paranapuã (ALAP) e de interações via rede sociais e e-mails. Alguns de seus maravilhosos poemas conheci através de páginas de site como a “Cá estamos nós”.

 

  1. Você trabalha com literatura inclusive para aumentar sua renda ou a leva como um delicioso hobby?

Bem, devido aos seus parcos rendimentos, a opção “para aumentar minha renda” acaba se tornando utópica, ainda não possível de ser escolhida. Mas também não a levo como um delicioso hobby – há algo de desapego nessa opção e a literatura me traz um sentimento levemente pesado, algo sério no meio de uma risada extrovertida, uma necessidade de escrever mais forte que outras vontades, uma espécie única de meio de sobrevivência ainda não remunerado para encarar com loucura sã o caos da realidade.

 

  1. Você trabalha(ou) fora da literatura?

Trabalhei como office-boy em jornal, funcionário de gráfica, operário em fábrica de papel, e, atualmente, leciono Português na rede pública municipal de Teresópolis/RJ. Seja como for, o papel - matéria básica do livro e, consequentemente, da literatura - sempre esteve envolvido em minhas ocupações profissionais rs.

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