ENTREVISTA COM CARLOS ALBERTO CAVALCANTI
Nasci na cidade da Pedra – PE (232Km da capital do Estado). Logo no primário feito na Escola Amália Cavalcanti e o ginasial cursado no Ginásio Amália Cavalcanti, onde desfrutei dos cuidados pedagógicos de um grupo de professores que me ensinaram as primeiras letras e me encaminharam na vida escolar. Some-se, ainda, o estudo bíblico realizado na Congregação Batista da Pedra, que intensificava a leitura da Bíblia, sobretudo os Evangelhos, os Salmos. Com certeza, tais ferramentas serviram de base para minha instrução educacional no campo da leitura. Em seguida, deslocando-me para a vizinha Arcoverde – PE (260Km da capital do Estado); a fim de continuar os estudos, fiquei em casa de parentes, e pude desfrutar da influência positiva de Paulo de Assis Cavalcanti (tio), poeta, pintor, pianista; na Igreja Batista, recebi ensinamentos saudáveis sob a influência do pastor Israel Dourado Guerra, detentor de conhecimentos teológicos e hábil manejador da Língua portuguesa; e, na Escola Carlos Rios, tive o privilégio de ampliar os estudos de Literatura Brasileira, com a professora Maria Helena Porto, possuidora de uma bagagem literária e de uma visão crítica muito aguçada sobre a realidade nacional, características que, com certeza, definiram, de vez, minha preferência pelo estudo literário de uma forma geral. Por fim, já na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, no Curso de Letras, cerquei-me de nomes pontuais que, na condição de professores, também muito contribuíram para minha formação intelectual, entre os quais: José Rabelo de Vasconcelos, Gilberto Cosme de Farias, José Brito Braga, Edilazir Guerra, Osvaldo Bezerra, só para citar os mais “usados” pelo tempo. Portanto, ao considerar tais apoios, fui levado a transitar por esses caminhos da produção de texto, o que fiz publicando meus rabiscos poéticos no Jornal de Arcoverde, Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco, além de inserir poemas em antologias, por conta da participação em concursos nacionais de poesia.
Leio desde os meus conterrâneos: Ulisses Diniz e José Firmo Cavalcanti, exímios sonetistas; daí passando pelo Mauro Mota, Drummond, Quintana, Cecília Meireles, Gullar, Ariano Suassuna, Fernando Pessoa, Alan Poe, entre outros nomes que o ofício do magistério me reivindica, inclusive, nomes ligados ao Repente, Cordel e Trovas.
Sempre recorro aos dicionários para conhecer ou ampliar a compreensão de certos vocábulos, seja quanto ao significado ou ao modo de escrever mesmo.
A internet serve de vitrine para muita gente boa que, de outro modo, não chegaria a tantos leitores. A minha inclusão como membro-correspondente das Academias de Letras em Cachoeiro do Itapemirim - ES, a convite do Dr. Solimar Soares; em Ponta-Grossa – PR, a convite da escritora Sônia Ditzel Martelo; no Rio de Janeiro – RJ, a convite da escritora Beatriz Rosa Dutra; me colocaram diante de um amplo leque de nomes respeitáveis do mundo das letras, seja em prosa ou poesia.
Tenho textos incluídos em algumas antologias, o que me faz muito honrado pela consideração dos organizadores e pelo fato de ser lido em tantos lugares onde, sequer, estive algum dia. Claro que estou aberto a novos convites.
Já citei as três de que faço parte atualmente em Cachoeiro do Itapemirim, Ponta Grossa e Rio de Janeiro, além de ser delegado da UBT e sócio da UBE. Estou aberto a novos convites, se assim me derem a honra.
Não conto rigorosamente, mas tenho um livro editado: ITINERÁRIO POÉTICO, que foi um presente da Faculdade, hoje, Centro de Ensino Superior de Arcoverde, onde estudei e hoje leciono. Reúno poemas modernistas, sonetos e trovas. Livro que, quando ainda inédito, recebeu Menção Honrosa em concurso nacional de poesias da Academia Pernambucana de Letras, em 2001. Daí em diante, tenho textos que certamente já garantem um ou dois livros.
Não me aventuro na escrita em prosa. A não ser a escrita acadêmica de que me ocupo com os meus alunos de TCC. Quanto a escrever em verso, me parece que é a forma que melhor me identifica com a produção de texto literário.
No momento não. Já me recomendaram criar um site ou algo desse mundo da internet.
Creio que a leitura que fazemos do dia a dia, além de uma pitada de emoção, são elementos facilitadores da criação poética. Claro, aliados a um certo grau de sensibilidade inusitada, capaz de transformar o concreto em abstrato.
Aprecio a música instrumental, teatro, pintura. São leituras essenciais que contribuem para ampliar a visão de mundo com óculos diferenciados.
Já me satisfaz poder contribuir para que alunos se sintam motivados a ler mais. Tomara que a área governamental entenda que, por esse caminho da leitura, asseguraremos uma sociedade mais qualificada para a vida em todos os aspectos.
Creio que é preciso fazer mais. Mas também creio que tem muita gente trabalhando com firmeza através de vários canais que aproximam o povo da leitura, seja no meio escolar ou fora dele, através de projetos culturais específicos.
Sei da importância. O ITINERÁRIO tem esse registro.
O ITINERÁRIO POÉTICO – único livro que tenho – teve uma tiragem para uso da biblioteca da Faculdade; outra parte distribuí com entidades literárias que me correspondo e também entre amigos. O livro não foi comercializado.
Não. Mesmo já tendo recebido premiação de poemas e trovas no concurso de Paranapuã...
Creio que fica mais para o delicioso hobby.
Considerando a atividade docente na Faculdade (Centro de Ensino Superior de Arcoverde), e o mestrado pela UFPE, também na área da Teoria da Literatura, creio que a Literatura está presente no meu dia a dia.